O doutor Luigi, com a ajuda de Enzo, rapidamente começou a examinar Cristal, com o rosto cheio de concentração e preocupação.
— Não, tio, revise-a aqui mesmo. Céu, amor, Céu, acorde — chamou Gerônimo, aterrorizado pela primeira vez em sua vida, fazendo todos olharem para ele.Luigi guardou silêncio diante do olhar de terror de Gerônimo e, com a ajuda de Enzo, procuraram entre a espessa cabeleira de Cristal até encontrar uma leve ferida. O tempo parecia ter parado. A família permanecia imóvel, esperando, temendo.O profundo amor que unia Gerônimo e Cristal sublinhava a urgência de cada segundo que passava, enquanto Luigi atendia Cristal com a dedicação própria de alguém que sabia que cada vida era preciosa e única.— Não é nada, a bala só a roçou — disse finalmente —.Stavri observava a filha com surpresa e orgulho. A transformação de Cristal por meio das provas e lutas recentes era inegável. A jovem que deixara seu lar, inocente e despreocupada, tinha voltado com uma vontade e determinação renovadas. — Você deu duas bofetadas? Haha, isso é minha Céu, você tem que se defender. Nem ela nem ninguém tem o direito de ofender minha senhora — riu Gerônimo, feliz ao ver Cristal irritada e decidida a defender seu lugar como esposa. — Talvez por isso me mandaram matar. Não acha? — perguntou Cristal. — Pode ser, Céu meu — concordou Gerônimo —. Também existe a possibilidade de que tenha sobrando algum familiar daquele velho que seu pai eliminou e que queria que você fosse dele. — Não acho, meu genro — interveio Stavri. — Meu marido elimino
Gerônimo assentiu, segurando ambas as mãos de Cristal entre as suas. Seu olhar não apenas prometia amor, mas também proteção inquestionável. Nele refletia não apenas um homem apaixonado, mas também um estrategista disposto a enfrentar o próprio inferno por ela.— A primeira coisa será ficarmos unidos — acrescentou Gerônimo com calma —. Não podemos nos dar ao luxo de perder um segundo a mais pensando no que poderia ter sido. Agora é a hora de nos concentrarmos no que deve ser.Stavri ouvia em pé, com os braços cruzados, refletindo um pensamento sempre calculador. Cristal a conhecia bem e sabia o que aquele gesto significava.— O que você está pensando, mamãe? — perguntou ao notar o silêncio de Stavri.— Que Gerônimo está certo — disse finalmente Stavri —. Os Greco e os G
El Greco passou a mão pelo cabelo, com uma expressão que combinava incredulidade e fúria. Fabrizio olhava para ele, esperando uma resposta sem se apressar. Sabia muito bem o que significava que tentassem matar um dos seus, especialmente sua preciosa filha. Já estivera em seu lugar muitas vezes.— Meu ex-sócio Evripídes convenceu metade dos meus homens e, segundo o espião, eles estavam falando em dar um golpe onde mais me dói — explicou finalmente o Greco —. E isso são meus filhos. Eles estão mirando em meus filhos, Fabrizio.— Está bem, direi a Fabio e Carlos que coloquem todos nossos homens em alerta — respondeu Fabrizio de imediato, decidido a ajudar seu novo sócio e a família dele —. Mas temos um sério problema. Como saberemos quem está do seu lado e quem não está?— Deixe que eu resolva isso com meu segundo, Fabrizio — respondeu o Greco rapidamente —. É verdade, é um pouco complicado. Avisarei quando souber; por agora, que seus homens continuem se comportando de forma hostil com o
A preocupação invadiu Darío e Asiri. Sabiam que o passado tinha uma forma de ressurgir quando menos se esperava e que as feridas antigas, embora invisíveis, podiam causar estragos no presente. A menção de Domenico Vitale despertava incertezas latentes, ecos de uma época que preferiam esquecer, mas que, como um espectro, voltava para trazer caos.Asiri, com o olhar fixo nas câmeras, pensava na rede de conexões que se tecia ao seu redor, consciente de que a vida de uma pessoa que amavam estava em perigo. Jarret, que parecia tão insignificante no contexto geral das coisas, poderia ser a chave para desenredar o complicado emaranhado de ressentimentos e vinganças que ameaçava arrasar suas vidas.—Está bem, Gerônimo —disse Darío enquanto seus dedos voavam pelo teclado, buscando informações sobre a família Vitale—. Você sabia que Elli
Asiri imediatamente procurou toda a informação que tinham sobre Cristal e colocou o vídeo em que ela aparecia fugindo vestida com o vestido de noiva que Oliver lhe dera, lançando-se nos braços de Gerônimo em frente a um hotel, e depois Guido, que estava dirigindo o carro em que a noiva foi sequestrada.—É de filme, não acham? —perguntou Asiri sorrindo para todos.Todos sorriam, olhando para a tela com espanto e aquela centelha eletrizante que as histórias costumam ter, parecendo ter sido escritas por um roteirista caprichoso do destino. Evelin e Oliver observaram a imagem de Cristal, com incredulidade em seus rostos por seu novo vínculo emocional com seu primo; era uma revelação que prometia mais perguntas do que respostas.—Mas como isso aconteceu? —perguntou Evelin, ansiosa por saber mais—. Foi por isso que Gerônimo fugiu de Nova Iorque?&mdash
Sem perder tempo, Gerônimo ligou imediatamente para seu irmão Guido, mas ele não atendeu, o que fez com que seu coração se apertasse pensando no pior. Então, ligou para seu primo e futuro chefe, Filipo, que atendeu de imediato.—O que está acontecendo, primo? —perguntou Filipo, preocupado.—Não é nada, irmão —assegurou Filipo rapidamente—. Fique tranquilo onde está; é apenas um aviso para que toda a família saiba que deve estar alerta e aumentar a segurança. Estamos em guerra, irmão. Recupere-se e desligue o telefone. Nas coisas que você trouxe tem um telefone de carta que você pode usar. Não voltem a usar o seu nem o da sua esposa, e não liguem para os celulares; liguem para os telefones fixos da casa. Entendido?—Sim, meu irmão —respondeu Gerônimo, aceitando imediatamente as ord
O burburinho em frente ao luxuoso hotel dividia-se entre murmúrios, risos e exclamações, mas nada, absolutamente nada, podia competir com a imagem de uma mulher vestida de noiva a correr descalça, com as saias do seu vestido enroladas nas mãos. O seu longo véu voava no ar enquanto ela virava a cabeça para trás para ver se estava a ser perseguida, enquanto a sua mente lhe repetia uma e outra vez que devia escapar, devia fugir agora ou não iria conseguir! —Pára, amor! Pára…! Vou contigo, amor, vou contigo…! —gritou com todas as suas forças. As suas palavras cortaram o ar como um impacto direto no peito de qualquer pessoa que a ouvisse. Era um grito de socorro, um apelo que parecia conter toda a força de quem tenta salvar a sua vida ou... recuperar algo que não quer perder. —Não me deixes…! Não me deixes…! Não me casarei com outro que não sejas tu…! —gritou novamente, rompendo a monotonia do lugar—. Amo-te! Amo-te! Espera por mim! A multidão, que a princípio mal prestou atenção,
A claridade da janela faz com que abra os olhos. Está sozinho no hotel que reservaram no dia anterior para a celebração da sua graduação, sem saber como regressaram nem a que horas. —Raios! Por que tive de beber tanto ontem? A minha cabeça está a matar-me —diz, enquanto procura na mala por um analgésico. A ressaca é muito forte, mal se lembra de nada. Após tomar o comprimido, dirige-se à casa de banho e entra no duche, deixando que a água bem fria o ajude a despertar. Passado algum tempo sente-se um pouco melhor. Sai e começa a preparar-se para fazer a barba, quando algo no seu dedo chama a sua atenção. Sim, é um anel de casamento. E as imagens da mulher mais bonita que viu na sua vida a dizer-lhe “Sim, aceito”, numa cerimónia de casamento, chegam à sua mente. —Com quem raio me casei?! —pergunta desesperado, gritando a plenos pulmões enquanto sai a correr da casa de banho. Procura respostas enquanto revira a cama, só para garantir, mas não, não há ninguém nela. Sai disparado pel