Eu estava ao telefone ouvindo Paola reclamar quando percebo que Rodolfo estaciona o carro. Olho ao redor e noto que estamos na praia.
 — Você não pode fazer isso. Peça para que ele te traga de volta agora.
 Olho para Rodolfo, que observa atentamente, com o cotovelo apoiado no volante e o corpo ligeiramente virado em minha direção. Sua testa está um pouco franzida; tenho certeza de que ele ouviu o que Paola disse.
 — Paola, conversamos assim que eu chegar em casa.
 — Coloca no viva-voz. — Ele pede ao mesmo tempo em que Paola diz algo, mas não consigo entender o que ela fala.
 Balanço a cabeça em negação, e ele suspira, passando as mãos pelos cabelos.
 — Vamos, Halina, faça o que eu pedi. — Ele insiste.
 Respiro fundo, relutante, mas acabo colocando o celular no viva-voz. A voz de Paola ecoa pelo carro.
 — Você é nova demais para entender as coisas. Ele não é o cara certo para você.
 Sinto uma pontada de culpa ao ouvir suas palavras.
 — Me diga então, o que seria o cara ideal para sua ir