— Você é um pecado vivo, Otávio, — sua respiração ainda está descompassada, os olhos fechados enquanto tenta recuperar o controle sobre si mesma.
Suas palavras me fazem sorrir, mas é o que vem em seguida que realmente me atinge.
— Eu também te desejo, — ela continua, abrindo os olhos devagar.
Imediatamente, paro tudo que estou fazendo. Quero que ela saiba que tem toda a minha atenção. Meu olhar se fixa no dela, sem perder nada do que está por vir.
— E isso... — ela sussurra, sua voz carregada de algo entre medo e certeza. — Me assusta.
Sorrio, reconhecendo exatamente o que ela está sentindo. Há algo profundamente gratificante em vê-la tão vulnerável e, ao mesmo tempo, tão corajosa em admitir o que começa a sentir por mim.
— Assusta? — sussurro enquanto me inclino, apoiando uma das mãos no colchão para beijar sua testa suavemente. — Mas o que é o desejo, se não um pouco de caos que nos lembra que estamos vivos?
Minha respiração pesa quando sinto o contato de seu corpo com o meu, o calo