Desde o momento em que Otávio me pegou na faculdade, havia algo diferente nele. Não sei explicar ao certo, mas ele parecia mais leve, até mesmo... feliz. Era intrigante, porque em todo o tempo que o vi pelos corredores da empresa ou em reuniões, nunca o percebi assim. Isso era novo. E fascinante.
Assim que chegamos ao meu apartamento, fui direto para o banho enquanto ele ficou no telefone, resolvendo algo que parecia importante. Agora, ao sair, o encontro de costas na minha pequena varanda, olhando o movimento tranquilo da avenida lá embaixo.
Fecho a porta do banheiro com cuidado e vou até ele. Ele se vira assim que sente minha presença, e nossos olhares se encontram brevemente antes de eu me posicionar ao seu lado.
— Você me parece extremamente contente esta noite — comento, enquanto seguro a barra de ferro pintada de branco, observando o fluxo calmo de carros.
Ele ri, balançando a cabeça, como se a ideia fosse absurda.
— Contente?
— Sim. — Desvio o olhar para ele, percebendo que sua