Saio da faculdade exatamente às dez da noite, e a primeira coisa que vejo ao pegar meu celular é uma enxurrada de mensagens da Marcela. Como tenho o costume de desligar o celular durante as aulas, percebo que vi suas mensagens tarde demais.
Rolo a tela, tentando entender o que ela tanto quer dizer, até que uma mensagem específica chama minha atenção:
"Eu tô grávida, amiga, pelo amor de Deus, o que eu faço?"
Paro no lugar, sentindo as pernas falharem. Dizem que o que mais tememos acaba acontecendo, e Marcela agora é a prova disso. Ela sempre teve pavor da ideia de engravidar, mas eu sabia que os antibióticos que ela estava tomando poderiam interferir na eficácia dos anticoncepcionais.
Respiro fundo e digito rapidamente uma resposta:
"Vai para o meu apartamento, precisamos conversar."
Não entro em detalhes. Esse assunto precisa ser discutido cara a cara.
Guardo o celular na bolsa e caminho o mais rápido possível para a saída da faculdade. Avisto os grandes portões abertos e alguns aluno