Eu estava sentado à mesa do escritório, os papéis espalhados diante de mim. Relatórios, contratos, números que precisavam ser analisados. Parecia até mesmo um dia comum de trabalho, um cenário que, em outros tempos, seria familiar para mim. Mas, dessa vez, eu não estava sozinho.
Íris brincava no tapete, cercada por alguns brinquedos. Um ursinho de pelúcia barulhento e um chocalho que também fazia um barulho irritante sempre que ela o sacudia. Ela se recusava a largá-lo, batendo o objeto contra o urso de tempos em tempos, enquanto soltava risadinhas baixas, completamente imersa na própria diversão.
Olhei para ela e por um momento todos os problemas que rondavam minha mente pareceram menos pesados. Era quase inacreditável como uma criança tão pequena podia trazer tanta luz para a minha vida.
Mas a verdade era que os problemas não sumiam.
Eu tinha tanta coisa para dizer a Desirée. Nossa última conversa foi difícil, e a maneira como ela reagiu no final provou que aquele não era o momento