Capítulo 103
Quando a mentira veste a pele da verdade, até a maternidade vira um jogo de poder.
O lobby do Hospital e Maternidade Internacional de Seul estava calmo naquela manhã, apesar do caos das horas anteriores. Enfermeiras circulavam discretas, e a recepcionista digitava prontuários no sistema com a concentração de quem já tinha virado a madrugada. O telefone tocou.
Ela atendeu com voz clara:
— Hospital Internacional de Seul, bom dia. Em que posso ajudar?
Do outro lado da linha, uma voz doce, afetada por um leve sotaque francês:
— Bom dia. Aqui é Isabelle Moreau-Beaumont. Minha filha, Naia Villeneuve, deu entrada nesta madrugada. Estou fora do país e estou muito preocupada. Poderia me dizer como ela está? E o bebê?
A recepcionista digitou rapidamente no sistema.
— Sim, senhora. Temos a entrada da senhora Naia Beaumont Villeneuve às 04h38. Ela passou por uma cesariana de urgência e está em recuperação pós-cirúrgica. Está descansando no momento. O bebê foi levado à UTI neonatal