Dança das sombras

Na manhã seguinte, Elena me levou até a sala de música, insistindo que seria bom para “arejar a cabeça”. Talvez ela percebesse meu tormento interno mesmo que eu não dissesse nada. Ou talvez, naquela casa, todos estivessem sempre atentos demais ao que ninguém dizia.

A sala era ampla, com janelas altas que deixavam a luz da manhã escorrer pelos vitrais coloridos. Havia um piano de cauda no centro, negro e reluzente, como um animal adormecido. Eu me sentei sem compromisso, deixando os dedos deslizarem pelas teclas, sem intenção real de tocar. Eu não era pianista, mas o som esparso e desafinado parecia aliviar o nó no meu peito. Havia algo libertador em pressionar aquelas teclas, que não obedeciam às regras de perfeição e controle que aquela casa exigia.

Fechei os olhos por alguns instantes, Elena havia me deixado sozinha naquela sala para que eu pudesse relaxar.

O ar ali dentro era fresco e paz ali dentro era relaxante, mas havia um perfume no ambiente que não vinha das flores. Era algo
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