HADES AMBROGETTI
Desvio de alguns carros e o primeiro disparo acontece, mas não nos atinge. Ouço o grito abafado dela.
— Dio Santo! Eles vão nos matar! — diz, desesperada.
Ignoro seu desespero e me concentro em desviar. Não é a primeira vez que passo por isso — e, pra falar a verdade, até gosto. Mas não quando estou com alguém na garupa.
— HADES! — grita quando outro disparo é feito.
— Cala a boca! Eu sei que eles estão atirando. — falo irritado, quando ela grita no meu ouvido. Odeio isso.
Desvio da pista e entro em uma estrada de terra, adentro a área rural, cercada por um canavial.
Olho pelo retrovisor e percebo que conseguimos ganhar uma boa distância deles. Continuo em alta velocidade, entrando mais fundo em uma área de mata.
Quando acho que estamos longe o suficiente, paro a moto perto de algumas árvores que nos cobrem.
— Estamos seguros? — pergunta ela, com a voz ainda trêmula.
— Desce. — digo firme, e ela obedece. Desço da moto e me certifico de que ela está