— Obrigada por ter ajudado a minha mãe. Eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse vindo naquele momento — digo, tentando mudar de assunto enquanto fico ao lado dela.
— A dona Raquel é como uma mãe para mim. Eu jamais deixaria ela naquela situação. Ela nunca virou as costas para mim — ele responde, segurando a mão da minha mãe com cuidado.
— E você também é como um filho para mim — minha mãe diz, com a voz fraca, mas cheia de carinho. — Eu me lembro de quando você já estava crescido, não precisava mais de babá… e pediu ao seu pai para me colocar como cozinheira, só para que ele não me mandasse embora. Para eu continuar perto de você.
Eu arregalo os olhos, surpresa. Eu não sabia dessa história.
William logo volta à postura séria, como se fechasse uma porta dentro de si, e muda completamente de assunto.
— Eu preciso ir. Qualquer coisa, pode falar comigo. Dona Raquel, a senhora pode ficar em casa. Eu vou pagar o seu tratamento… e o seu salário também — ele diz, firme, irredutí