Narrado por Dmitri Volkov
O eco dos gritos no galpão ainda grudava nos meus ouvidos quando fechei a porta do escritório. O cheiro de ferro parecia ter atravessado a pele, e por mais que eu esfregasse as mãos, continuava lá. Não era a primeira vez, e não seria a última.
Joguei o paletó sobre a poltrona, servi um copo generoso de vodca e virei de uma vez. A bebida queimou, mas não trouxe alívio. O copo estalou contra a mesa quando o apoiei com força.
Mikhail entrou em seguida. Fechou a porta devagar, mas o olhar dele era firme, pesado. Não precisava abrir a boca para eu saber o que vinha.
Dmitri: — Eu preciso matar aquele desgraçado.
Mikhail soltou um suspiro longo, como quem já estava preparado. Passou a mão pelo rosto, se encostou na cadeira da frente.
Mikhail: — Dima… eu sei. Mas você não pode.
Dmitri: — Caralho, Misha! Ele mandou invadir uma escola. Uma escola! Crianças, professores, e o alvo era ela! Você acha que eu vou dormir tranquilo enquanto Yakov respira?
Mikhail não se mexeu