Narrado em terceira pessoa
O corredor estava silencioso. As luzes do hospital ainda não tinham sido apagadas, mas o turno da noite já dominava o ambiente. Enfermarias mais calmas, passos abafados, o som distante de monitores de batimento cardíaco. E dentro do quarto 512, o que nascia não era vida… era controle.
Bianca estava sentada na poltrona, o bebê no colo. Fraca, ainda com pontos internos, os pés inchados e o corpo sensível demais para estar vivendo o que estava por vir. Mas ali, diante dela, em pé, vestindo um terno escuro com a gravata cinza ajustada até o colarinho, estava Noah.
Ao lado dele: um juiz.
Discreto. Rápido. Pago para calar e carimbar.
— Isso é loucura, — Ana Júlia sussurrou, parada no canto do quarto, segurando a pasta com os documentos.
— Não é loucura, — Noah respondeu. — É precaução.
Bianca levantou o olhar com lentidão. Os olhos estavam fundos, mas f