André
― Veio se entregar? ― fui logo falando ao entrar na sala e encontrar Sampaio sentado na minha cadeira. Já havia sido avisado que ele estava me esperando. É muita cara de pau dele estar aqui quando seu nome está na lista negra dos Rodrigues. ― Fiquei sabendo que tem muita gente querendo sua cabeça.
Ele não pareceu abalado. Isso disparou um alarme em mim.
― Quis ser o primeiro a te parabenizar.
― Por? ― encarava cada detalhe dos seus movimentos. Teria que ficar esperto. Esse tipo é ardiloso.
― Pensar mais com o pau que com a cabeça de cima. ― Ele riu.
― Vai direto ao assunto.
― Parabéns, papai. Seu filho é a sua cara.
Não falei nada.
― Você deve estar pensando: mas eu não tenho filho. Tem sim. E o mais legal é que a mãe o chamou de Ângelo. Deve ser para seguir a linha dos Rodrigues. Ridículo todos vocês como nomes iniciados com A.
― Se eu tenho um filho ou não, onde você se encaixa? Comi alguma parente sua por acaso? ― debochei.
― Acontece que se o seu irmão colocar as mãos em mim