Narrado por Noah
Eu bati na porta dela com força. Sem dó. Três vezes.
Ela abriu com aquele sorriso falso que sempre usava quando queria me dobrar. Estava de robe de seda, maquiagem intacta e uma taça de vinho na mão, como se estivesse em paz com o mundo.
Mas hoje... não ia ter encenação.
Viviane: — Filho! Que surpresa boa. O que faz aqui a essa hora?
Noah: — Entra. Fecha a porta.
A voz saiu seca. Eu vi o sorriso dela vacilar. Pequeno. Mas vacilou.
Ela fechou a porta devagar e cruzou os braços, ainda tentando manter a pose.
Viviane: — O que foi, Noah? Aconteceu alguma coisa?
Noah: — Aconteceu, sim. Descobri que você é muito pior do que eu imaginava.
O rosto dela endureceu, mas ela ainda tentou bancar a inocente.
Viviane: — Como é que é?
Noah: — Não finge. Eu sei de tudo, mãe.
Viviane: — Tudo o quê?
Noah: — As cartas. As flores com bilhete anônimo. A caixa com a chupeta suja de sangue. A tentativa de simular o sequestro do meu filho. O plano doentio de fazer a Bianca parecer desequilibr