Não quero que dance para ninguém. Só para mim.
Camila seguiu pelo corredor silencioso e deu de frente com uma porta dourada. Ao abri-la, ficou sem ar. O closet era enorme, iluminado por luzes embutidas, revelando uma infinidade de ternos impecáveis, gravatas alinhadas por cor, sapatos engraxados brilhando em fileiras perfeitas. Havia dezenas de gavetas, todas etiquetadas. Um mundo organizado, austero e totalmente masculino.
Abriu algumas gavetas até encontrar camisetas dobradas com precisão. Pegou uma delas, sentindo que o cheiro daquela roupa pertencia àquele homem forte, orgulhoso e vulnerável à sua frente.
Quando voltou ao quarto, encontrou Bashir quase vencido pela febre. Ele havia conseguido tirar o terno e agora lutava para desprender a camisa encharcada do peito. Sua respiração pesada denunciava a exaustão.
— Deixa… eu ajudo — ela disse baixinho.
Quando Camila puxou a camisa, o dorso dele se revelou: moreno, peludo, másculo — um contraste tão forte com a fragilidade que ele demonstrara minutos antes, que ela se arrepiou int