Teias de Desconfianças.
Às vezes, o silêncio revela mais do que palavras.
Na manhã seguinte, Miguel, ainda na cadeira de rodas e mantendo a fachada de fragilidade, entrou na sala de reuniões onde Henrique o aguardava. Com o olhar frio e analisador, ele absorveu cada detalhe, pronto para usar essa reunião como mais uma peça em seu quebra-cabeça para desvendar o paradeiro de Clara.
Henrique parecia de bom humor, orgulhoso dos números que preenchiam os relatórios à sua frente. Depois de algumas trocas protocolares e atualizações de rotina sobre os negócios, Henrique esboçou um sorriso de satisfação e então, como quem não quer nada, questionou Miguel de forma casual:
— E aí, Miguel, conseguiu achar a sua enfermeira Clara que desapareceu?
Miguel manteve a expressão serena, mas controlou o impulso que seu corpo sentiu ao ouvir o nome de Clara. Com uma postura neutra, fingiu não entender a pergunta.
— Como assim, Clara? — Ele franziu a testa. — Que enfermeira? Não sei do que você está falando.
Henrique disfarçou a