As palavras de Gabriel caíram como uma lâmina. André, ouvindo tamanha humilhação explícita, ficou com o rosto alternando entre o vermelho e o pálido. Enfurecido, gritou:
— Mas você também carrega o meu sangue! Sem mim, você nem teria vindo ao mundo!
— Carregar o seu sangue só me dá nojo. — Retrucou Gabriel, gelado.
— Então você devia ter usado camisinha naquela época! — Disparou em seguida, o tom cortante. — Por que não usou? Não tinha dinheiro nem para isso? Foi só aproveitar uns segundos de prazer e depois fugir de qualquer responsabilidade. E ainda quer que eu te reconheça como pai? Isso sim é uma vergonha sem tamanho.
Do outro lado da linha, André sentiu o coração disparar, acelerado a ponto de quase fazê-lo desmaiar.
Lembrava-se claramente da última vez em que se sentira assim: quando aquele filho ingrato, Gabriel, o obrigara a tentar forçar uma aliança com uma velha viúva poderosa.
Inspirou fundo, lutando para recuperar o controle. Precisava ajustar as emoções.
Não estava ali par