— E você? Ontem à noite, com aqueles tiros, não ficou assustada? Ainda mais sem ninguém conhecido por perto... — Perguntou Letícia.
— Eu fiquei bem. Os seguranças e a Karine entraram no quarto imediatamente para me proteger. — Respondeu Beatriz.
— Mas com disparos por todo lado, é impossível não se assustar. Por mais destemida que eu seja, diante de uma arma, até eu congelo um pouco.
No Brasil, armas eram proibidas. Como alguém comum não sentiria medo? Um único tiro poderia acabar com uma vida.
— Está tudo bem mesmo. Nem pesadelo eu tive. — Disse Beatriz, apertando de volta a mão da amiga e mostrando um sorriso de consolo.
— Talvez seja a experiência... Já passei por tantos sequestros, e quase sofri um acidente de carro também. — Continuou Beatriz. — O som dos tiros foi novidade, mas não me abalou tanto. No fim das contas, o pior desfecho sempre seria o mesmo.
Seria a morte.
E depois de tudo que já tinha vivido, se o coração dela ainda não tivesse aprendido a lidar com isso, todas aqu