Com o número do apartamento em mãos, Eduardo se dirigiu até o elevador com Beatriz ainda em seus braços.
Por uma dessas ironias do destino, justo naquele momento havia outros moradores esperando também. Ao verem um homem alto, elegante, carregando nos braços uma jovem adormecida que claramente parecia sua namorada, alguns não resistiram a dar uma segunda olhada, até com certo ar de admiração.
Eduardo percebeu os olhares de canto de olho, mas manteve a expressão serena, impassível, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. Nem um traço de desconforto, nem um sinal de que não pertencia ao condomínio. Postura tranquila, confiante.
Se Beatriz tivesse continuado imóvel, teria sido perfeito.
Mas não.
Justamente naquele instante, a jovem mexeu o corpo levemente, franzindo as sobrancelhas, como se a posição não estivesse confortável. Com um movimento instintivo, o braço fino passou a envolver o ombro dele num gesto que, aos olhos dos outros, era íntimo e carinhoso.
Eduardo prendeu a