O carro seguia em uma velocidade mais lenta do que o normal. Como resultado, o trajeto demorou quase um terço a mais que o habitual.
Beatriz deixava-se embalar pela brisa morna vinda da janela semiaberta, sentindo o aroma suave do lenço entre os dedos. O estômago já não dava mais sinais de revolta e, aos poucos, as pálpebras começaram a pesar.
Ela lutava contra o sono, repetindo mentalmente que não podia dormir, ainda precisaria descer do carro dali a pouco. Mas seu corpo já não obedecia. A consciência se esvaía devagar, como areia escapando por entre os dedos.
Quando o carro finalmente chegou ao Le Park Residence, parou em silêncio junto à calçada. Eduardo esperou alguns segundos, atento, mas não ouviu nenhum movimento vindo do banco de trás. Franziu o cenho e virou-se para olhar.
Ótimo.
Uma dormindo escorada na janela, a outra meio tombada, com o lenço ainda nas mãos. Dois zumbis.
— Sr. Gabriel, posso acompanhar a senhorita Beatriz até o apartamento? — Perguntou o motorista, com educ