Ele não falou alto, mas o suficiente para que a mulher do outro lado da rua ouvisse claramente.
Na mesma hora, ela gritou, furiosa:
— Ei! Você nem chegou a entrar no meu quarto! Vai mesmo me denunciar?!
Renato ignorou. Depois de concluir a ligação para a polícia, virou-se tranquilamente para levar a irmã embora.
— Isso… Isso não foi um pouco exagerado? Talvez ela só tenha entendido errado… — Vitória perguntou, com voz hesitante, tentando não parecer intrometida.
— Eu e você somos irmãos. Uma confusão muda o que ela é? — Ele respondeu, frio. — Você é boa demais, por isso acabou sendo enganada por aquele idiota.
Vitória não disse mais nada. Apenas abaixou os olhos, como se de novo mergulhasse na própria tristeza.
No andar de cima, ouvindo aquela conversa, a mulher se recusava a acreditar.
“Irmãos? Ah, claro.
Um riquinho mimado e uma pobretinha qualquer. Desde quando gente rica se hospeda num muquifo desses? Estão claramente mentindo.
E aquela menina? Com aquele jeitinho de coitada, toda