Ele olhava aterrorizado para aqueles criminosos, tremendo, e gritava para eles entre o pânico e a raiva:
— Vocês são um bando de insolentes! À luz do dia, têm a cara de pau de roubar! Não vou deixar barato!
Um som de escárnio cortou o ar, um riso curto e desprezível. Eurico virou o rosto, curioso e irritado.
Uma mulher estava em pé junto à mesa, de boné e máscara, folheando os papéis ali deixados.
— Eu digo é o seguinte: sem a minha assinatura, esses documentos não valem nada. E o dinheiro do cartão também você não vai poder mexer! — Eurico acreditava que eles queriam apenas dinheiro e falou em voz alta.
— Dez mil? Eurico, você está subornando mendigos? — Karine falou com desprezo, atirando os papéis no chão como se fossem lixo. O cartão bancário foi arremessado direto para a lixeira.
Eurico teve a nítida sensação de que tudo aquilo fora premeditado. O pavor cresceu dentro dele. Num gesto furtivo, tentou alcançar o celular para chamar a polícia.
Mas o gesto não passou despercebido. Os