Foi o irmão dela quem deu o presente para a Bia.
Letícia bufou baixinho em pensamento. Então ele não era tão bruto assim... Sabia jogar com sutileza.
Com certeza tinha ouvido o que Bia disse no final da ligação, ou então já conhecia o suficiente para saber que ela nunca aceitaria um presente vindo diretamente dele. Por isso, escolheu esse caminho todo indireto.
Do outro lado da mesa, Beatriz observava a amiga com um olhar cada vez mais confuso. Primeiro, ela parecia desconfiada. Depois, ficou toda séria. Agora, estava sorrindo de um jeito estranho.
Beatriz franziu o cenho.
— Se tá tudo certo com a bolsa, por que essa sua cara...? — Perguntou.
— Ah, é que eu tô feliz. — Letícia respondeu com um sorriso que mal escondia a ironia. — Bia, parabéns! Você é mesmo a maior sortuda do dia!
Beatriz olhou de novo para a bolsa. O design, o acabamento, o brilho... Ela realmente tinha gostado. O comentário de Letícia finalmente despertou nela uma alegria genuína, ainda que um pouco tardia. Aquilo si