Agora tudo fazia sentido.
Não era de se estranhar que Beatriz o olhasse com ódio, como se ele fosse um veneno, uma ameaça, como se apenas ouvir sua voz já fosse insuportável.
O avô dizia que era preciso confiar na Beatriz… E, no fundo, ele próprio também sabia disso.
Mas o problema era outro.
Era o que ele fez.
Ele havia deixado Beatriz para trás.
Sozinha. Ferida. Queimada.
E ainda saiu dali abraçando Vitória e, pior, dizendo palavras que machucavam como navalhas.
Ele não conseguia.
Não queria encarar.
Tinha medo.
Medo de descobrir que tudo realmente tinha sido culpa da Vitória.
Medo de ter sido, de fato, o vilão da história.
Um monstro.
Um criminoso.
“E se fosse mesmo tudo culpa dela…
Como eu poderia pedir perdão a Beatriz?
Se eu mal consigo perdoar a mim mesmo?”
As câmeras do hotel não mostraram o que ele queria ver.
Não confirmaram nada.
Mas isso lhe deu uma desculpa.
Uma escapatória, um fiapo de consolo imundo pra justificar sua fuga covarde da verdade.
Mas ainda havia o caso do gá