Eduardo continuava calado. Já tinha feito o pedido e chamava o garçom com um gesto.
— Ei, qual é, por que esse silêncio? Vai dizer que tem coisa que não pode me contar agora? — Leonardo não desistia. — A não ser que esteja com a consciência pesada e tenha medo de abrir o jogo.
Eduardo não disse nada...
“Talvez fosse melhor desistir desse almoço. Do jeito que ia, logo estaria sem roupa nem dignidade.”
— Não tá com fome? — Perguntou Eduardo, levantando os olhos.
— Tô. Passei a manhã inteira discutindo com gente difícil. — Respondeu Leonardo, sem hesitar.
— Então usa a boca pra comer, e não pra falar besteira. — Disse Eduardo, seco.
“Tem coisa aí. E coisa grande.
Por que tanta enrolação pra dizer o que aconteceu? Só se fosse algo realmente embaraçoso...”
— Beleza, vou perguntar pra Lê. — Ameaçou Leonardo.
Eduardo nem se abalou. Sabia que Leonardo não conseguia nem marcar um café com a própria irmã.
— Deixa pra lá. A Lê não quer me ver, então vou perguntar direto pra Srta. Beatriz. — Dis