— Se controla, tá me ouvindo? Para de implicar com a minha amiga, ou eu juro que você vai se ver comigo. — Letícia ameaçou, dedo em riste.
Eduardo sequer piscou. A ameaça, para ele, não significava absolutamente nada. Seguiu com aquela postura arrogante, como se ela nem estivesse ali.
A atitude dele só deixou Letícia ainda mais irritada. Mas, ao mesmo tempo, sabia que com o irmão era inútil tentar ganhar no grito.
Discutir? Nunca conseguia vencer.
Bater? Uma palmada dele já seria suficiente para deixá-la no chão, incapaz até de levantar-se.
Se fosse qualquer outra pessoa fazendo mal à Bia, Letícia já teria partido pra cima. Mas o problema era o Eduardo. Desde criança, ele sempre esteve por cima dela, literal e figurativamente.
De raiva passou para impotência. Depois, para frustração... E terminou suspirando, com a amarga sensação de que não conseguia proteger a própria amiga.
“Que tipo de amiga eu sou, afinal?” pensou, arrasada.
Tentando uma abordagem mais suave, mudou o tom:
— Ela já