Ele se pegou lembrando da manhã.
A expressão da garota, contida, com raiva sufocada, tentando manter o sorriso mesmo sendo alvo de provocação...
E ele, por outro lado, achando tudo aquilo engraçado, divertido.
Que tipo de pessoa faz isso?
Um completo cretino. Um verdadeiro canalha.
E ele sabia disso.
Beatriz era do tipo mais quieto, reservado.
Se ela chegou a se irritar a ponto de confrontá-lo, era porque ele realmente passou dos limites.
Afinal, que garota jovem escolhe uma foto de paisagem cinza e nostálgica como avatar, senão alguém que já viu demais da dureza do mundo?
Que amadureceu cedo, não por escolha, mas por sobrevivência.
Tudo isso... Era consequência de quê?
Da infância marcada por traumas. Da constante opressão que sofreu.
E agora, ele acreditava em cada palavra que a irmã dissera. Sem sombra de dúvida.
No andar de baixo, em uma sala privativa.
Letícia tinha voltado ao trabalho, sem coragem de contar à amiga como fracassara ao tentar domar o irmão.
Apenas garantiu uma cois