Capítulo quatro - Amor sublime amor

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MALÚ estava sem fôlego. Os beijos de Miguel a deixavam sem ar. Ela ainda não acreditava que ele estava ali, sonhou tanto com esse momento, que não conseguia acreditar. Tê-lo em seus braços novamente era indescritível.

— Miguel... — ela sussurrou o seu nome entre o beijo.

— O que foi? — Miguel parou e a olhou.

Malú tinha um sorriso doce nos lábios e isso fez com que o seu coração se aquecesse. Miguel não sabia como aguentou tantos anos sem a sua amada. Aquele sentimento que havia dentro dele era o mesmo de quando começaram a namorar, era algo puro, genuíno, que aquecia e fazia bem.

— Vamos para o quarto — ela disse saindo dos braços de Miguel, que ficou confuso.

— Malú, está tudo bem? — sentiu-se ansioso, com medo.

Será que ela não queria estar com ele na mesma proporção que ele a queria?

— Sim, está — disse pegando uma das peças de roupas de Miguel.

— Então o que foi? — Miguel cruzou os braços, vendo-a arrumar o cabelo num coque.

— É que... é...

— Você não quer, é isso? Porque se for, eu...

— Nem termine de falar, não é nada disso. Eu, eu... não tenho camisinha em casa.

Miguel sorriu, pois quanto mais ela falava, mais vermelha ficava. Ela tinha vergonha de falar sobre sexo e pelo visto não mudou muito. Ele atravessou a sala e a pegou no colo. Para o rapaz, tanto fazia isso. Ele não teve relações e sabia que ela não tivera também, então era somente tomar cuidado que tudo ficaria bem.

— Me diz qual é o seu quarto — falou respirando com dificuldade, quando chegou no topo da escada.

— Me solta — ela pediu, envergonhada.

— Não vou soltar. — Ele a apertou mais forte.

— Você está ofegante e não deveria ter subido me carregando, fez algumas cirurgias e...

— Estou com um puta tesão, Malú, e estou me segurando. Se não me dizer qual é o seu quarto, vai ser aqui no corredor mesmo.

Ele a colocou no chão, segurou-a pela cintura e a beijou. Malú andava pelo pequeno corredor esbarrando em tudo, suas bocas não desgrudavam uma da outra. Derrubaram um quadro da parede e um aparador saiu do lugar. Eles sorriam enquanto as mãos apressadas tiravam as roupas.

Quando finalmente chegaram em seu quarto, ela pulou no colo de Miguel, que caminhou com ela até a cama, onde delicadamente a colocou deitada. Malú o observou. Apesar da semiescuridão do ambiente, pôde observar que o corpo de Miguel mudara muito, estava mais magro, mais bronzeado, em seu peito havia algumas cicatrizes, coisa que a fez pensar em tudo que ele devia ter passado para tê-las. Seus olhos se encheram de lágrimas quando ele se abaixou para beijá-la e as pontas de seus dedos tocaram as cicatrizes.

Mas logo sua mente foi puxada para o momento onde estava. Os beijos dele a deixavam excitada, seu corpo estava quente, o desejo a consumia.  Miguel se deitou entre as pernas de Malú, que, por sua vez, as passou pela cintura dele e o trouxe para mais perto. As mãos dela subiram pelos braços do amado, enroscaram em seus cabelos e, com um desejo forte e latente, beijou-o.

— Miguel... — sussurrou quando os lábios dele foram descendo pelo pescoço. Ele a olhou e sorriu. Ela estava com os olhos fechados, respirando irregularmente. Desceu mais um pouco, retirou o sutiã branco e olhou para os seus seios medianos. Em seguida, tocou-os, sentiu a textura macia da sua pele, levou aos lábios e os chupou, deixando os bicos duros. Malú se contorcia embaixo do corpo de Miguel. O que ele mais queria era sentir o gosto dela novamente. Desceu, dando pequenos beijos em sua barriga, até que os seus lábios chegaram em sua virilha. Respirou o seu cheiro e deu um beijo no monte carnudo, retirou a calcinha com lentidão, estava nervoso e ansioso.

Malú arqueou o corpo quando sentiu o beijo íntimo de Miguel, fazia tanto tempo que ela não tinha relação com ninguém que quase se esqueceu da sensação que era ser tocada e amada por outra pessoa. Ela tocava a cabeça do amado, incentivando-o a continuar, e não demorou muito para que sentisse um forte orgasmo. Seu corpo se contorceu até que gozou.

Miguel subiu dando mais beijos por toda sua barriga e quando capturou os seus lábios novamente, beijou-a, faminto. Então olhou nos seus olhos com todo o seu amor e sua devoção e a penetrou, devagar, atento a cada movimento. Ele ainda a olhava, enquanto as suas mãos estavam em seus cabelos. Os gemidos ecoavam pelo quarto, deixando-os mais e mais excitados. Malú estava tão molhada e quente, que isso o levou à loucura. Ele a penetrou mais fundo e esperou para que ela se acostumasse com o seu tamanho. A maciez da pele quente dela o fascinava. Ele a penetrou com mais brutalidade. Malú abriu as pernas para melhor recebê-lo, as suas mãos tocavam agora cada centímetro do corpo do amado, e ela se movia com ele, cada vez mais rápido. A quentura do corpo do Miguel causava arrepios nela e o cheiro do perfume amadeirado a inebriava, a enlouquecia.

Malú beijou o pescoço do início até a pontinha do queixo. Ele acelerou mais, algo pulsava dentro dela, estava completamente excitada, mordiscou os lábios dele, vendo que ele investia agora com força em movimentos firmes. Parecia que ela morreria de tanto prazer. Espasmos deixavam o sexo quente. Ele deslizava com facilidade dentro dela, sentiu-a contrair, olhou bem fundo em seus olhos castanhos e continuou seus movimentos. Com mais algumas estocadas, chegaram ao ápice e gozaram juntos enquanto se olhavam.

— Eu te amo, Malú.

— Eu te amo, Miguel. — Ela o puxou para um beijo.

Estavam suados e ofegantes, porém, Miguel ergueu-se, fez Malú se levantar, ficando de costas para ele. Ela sorriu. Sabia que nunca na vida teria essa mesma intimidade com alguém, pois isso que eles tinham era único, era verdadeiro, destinado a acontecer. Ele a penetrou, fazendo-a gritar e se ajoelhar na cama. Miguel a segurou pela cintura e, com movimentos fortes, a fez tremer. Os orgasmos foram tão intensos que Malú não aguentou, deitou-se na cama com Miguel em cima dela.

— Desculpe — disse em seu ouvido. — Quer que eu pare?

— Não — ela gemeu. — Continue.

Ele assentiu e deixou que o seu peso caísse totalmente sobre ela. Aos poucos, com mais controle, ele foi a penetrando e uma leve sensação de prazer foi invadindo. Malú gemeu quando ele aumentou o ritmo, era uma sensação boa. Sentiu, aos poucos, o prazer tomando-a completamente, beijou os seus ombros e as suas costas, fazendo com que ela apenas relaxasse e sentisse cada vez mais prazer...

Malú abriu os olhos devagar, olhou o relógio no criado-mudo e assustou-se, dando um pulo na cama. Olhou para o lado e se lembrou do porquê de estar na cama ainda. Sorriu como uma boba.

Era difícil acreditar que ele estava ali, deitado e dormindo com ela na mesma cama.

Ela se deitou e se acomodou no peito de Miguel, que, por sua vez, se remexeu e passou o braço pelo pescoço dela, trazendo-a ainda mais perto. Ela olhou as cicatrizes pelo peito do amado e as tocou.

— Esse não foi no dia do acidente — Miguel disse com uma voz rouca.

— Não?

— Não! — Ele pegou a mão de Malú e levou aos lábios, dando um beijo singelo. — Na ilha tinha um penhasco e uma vez pulei de lá.

— Por que fez isso? — sentiu um aperto no coração, uma dor profunda ao imaginar, e entrelaçou os seus dedos no de Miguel.

— Eu não sabia quem eu era, amor. Sentia falta de algo que eu nem sabia se tinha ou não — suspirou. — Então, em um dia, eu subi lá e me joguei, bati nos corais e as ondas me arrastaram de volta para a ilha.

— Eu sinto muito, Miguel.

— Tudo bem, já passou, estou aqui agora.

— Você pode... pode me falar mais sobre isso?

— Claro, o que exatamente quer saber? — ele beijou a sua cabeça. Ela apoiou o cotovelo na cama e o olhou.

—Por que demorou tanto para me ver? Por que seus pais não me falaram que você estava vivo? Poxa..., depois que voltaram da viagem, eles vieram aqui em casa ver o Maicon e não me falaram nada.

— Eles não falaram porque eu não deixei. Malú, eu passei por uma craniotomia, tive que operar a minha boca, retirei todos os dentes e fiz implantes, como eu ia conhecer o meu filho naquele estado? Ele só tem oito anos e eu parecia um monstro! Estava inchado, cheio de pontos e metade do meu rosto estava roxo. Não queria que você e nem ele, me vissem daquele jeito.

— Eu entendo, mas não foi justo.

— Isso não tem nada de justo, nada nessa história foi justa. Quando Matias me encontrou e eu liguei para a minha mãe, disse para te levar e ela ia, mas daí o Maicon ficou doente, estava com dengue, como ela iria te falar tudo que estava acontecendo? O que você faria? Ia me encontrar ou cuidar do nosso filho?

Malú não disse nada, mas Miguel tinha razão, era uma situação difícil. Pensando por esse lado, fizeram o certo. Se tivessem contado para ela, enlouqueceria por não saber o que fazer.

— Não chore, meu amor — Miguel disse, limpando suas lágrimas.

— Não tem como não chorar! Fico pensando em você lá, sozinho, passando por necessidades e...

— Malú, entenda uma coisa, na vida tudo acontece por uma razão! Situações são necessárias e precisamos aprender com elas para seguir adiante. O que aconteceu não dá para mudar, não dá para dizer que foi uma coisa legal, mas a gente precisa agradecer por estarmos aqui, por poder viver o nosso amor e tudo que tiver que vir. Eu não morri, estou aqui, e é nisso que temos que pensar. Poderia ter sido pior!

— Não entendo como você pensa assim! Eu estou tão revoltada com isso, que...

— Não fique — ele a interrompeu. — Tudo na vida tem um momento para acabar e eu estar aqui, depois de tudo, significa que a gente tem muito o que viver. Vamos recuperar cada instante que ficamos longe. Vamos ser felizes, eu prometo.

— Eu sei que seremos felizes — disse subindo em cima dele. — Podemos matar mais um pouco a saudade?

— Claro que podemos — ele disse, olhando no fundo dos olhos de Malú. — Eu te amo.

— Eu também te amo.

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