Diego respondeu baixinho: — Nada não.Mariana não acreditou. Aquele jeitinho dele, com a carinha claramente demonstrando insatisfação, não tinha como esconder.Ela se agachou, ficou de frente para ele e, com suavidade, disse: — Didi, você sabe que pode sempre conversar comigo, né? Não foi isso que a gente combinou?Diego, um pouco envergonhado, falou baixinho: — É que tem uma coisinha...E então ele contou tudo.Mariana ouviu, e, ao final, não conseguiu segurar o riso, soltando uma risada leve.Diego corou um pouco nas orelhas: — Mamãe, você está rindo de mim.— Não estou rindo de você. — Mariana se apressou a dizer. — Didi também sabe brigar com os outros, né?— Ele que foi exagerado! — Diego respondeu. — Parece até que só ele tem pai.Mariana o abraçou com carinho: — Didi, eu entendi. Pode deixar que vou resolver isso, tá? Desculpa, meu amor...— Mamãe, não precisa se desculpar. — Diego disse rapidamente. — Eu não gosto disso.— Entendi. — Mariana deu um beijo nele: — Didi pode ficar
Mariana disse: — Quando você chegar na capital, eu vou te beliscar, aí você vai saber que não é sonho.Os dois se olharam e sorriram.— Eu realmente queria... voar para perto de você agora. — Lucas não conseguiu evitar e tocou o celular. — Sinto sua falta.Mas o que ele tocou foi apenas a tela fria.Mariana respondeu: — Então, venha logo, eu estou te esperando.Após desligar o telefone, Mariana se deitou na cama, se virou e abraçou o travesseiro para dormir.Antes de Lucas chegar à capital, Mariana teve uma conversa com Ana.Na verdade, antes de falar com Ana, ela foi procurar Renato.Após entender o que Mariana queria dizer, Renato falou: — Mariana, tanto eu quanto a mãe não vamos interferir na sua escolha, mas, claro, queremos o melhor para você.— O que você quer dizer, que Lucas não é o melhor?— Claro que não.— Talvez... — Mariana sorriu suavemente. — Ele pode não ser o melhor e pode ter muitos defeitos, mas ainda assim acredito que ele é o mais adequado para mim.Renato comentou
Durante todo o crescimento de Didi, ele nunca havia participado.Era como se, na sua infância, seus pais também tivessem faltado em sua vida.Não só na infância, mas também na adolescência, na juventude, ele não teve a presença dos pais.Ele já havia perdido quatro anos do crescimento de Didi e, agora, ele queria estar presente em tudo o que Didi vivenciasse daqui para frente.E, além disso, ele sentia falta de Mariana.Uma saudade que o consumia, como uma loucura.Era como um doce que ele desejou por mais de cinco anos. Quando não podia o comer, a dor era enorme.Mas o pior de tudo era ter provado uma única mordida e, depois, não poder mais saborear.Era como se seu coração tivesse se viciado, ele só se sentiria satisfeito ao beijar Mariana.Porém, ao chegar na capital, já era tarde da noite, e ele não podia a encontrar.Na manhã seguinte, Mariana acordou e viu uma mensagem no celular.Era de Lucas, enviada às 5h06 da manhã.Ele pedia que ela o ligasse assim que acordasse.Mariana foi
Lucas aproveitou o momento e segurou a mão dela, a conduzindo até o carro.Ele a ajudou a entrar no banco do passageiro e, em seguida, foi para o banco do motorista.Mariana pensou que ele a levaria para algum lugar, já estava prestes a colocar o cinto de segurança, quando Lucas se inclinou para perto dela.— Mariana...Ele sussurrou o nome dela e, com uma intensidade avassaladora, a beijou.O beijo de Lucas veio com uma força arrebatadora.Mariana não teve chance de resistir, seu corpo se apoiou no banco e, entre os lábios, escaparam suspiros suaves e entrecortados.Lucas segurou sua nuca com uma das mãos, enquanto a outra se enfiava em seus cabelos negros, colocando toda a saudade e o desejo nesse beijo.Quando finalmente se afastou, os dois estavam ofegantes.A trança que Mariana havia feito rapidamente já estava desfeito, com fios soltos caindo suavemente em seu rosto. Lucas, com carinho, passou os dedos e os puxou para trás, os colocando atrás de sua orelha.— Mariana. — Ele olho
Mariana não tinha pensado nisso. — Ah, para, é só um café da manhã.Mas Lucas balançou a cabeça: — Não dá. Agora sou seu namorado, como vou aparecer de mãos vazias na sua casa?Ela pensou consigo mesma: "Na real, ninguém lá em casa liga se você é meu namorado ou não."Claro, essa parte ela guardou pra si.No final, acabaram não indo para a casa da Família Marques. Mariana, meio sem jeito, mandou uma mensagem para Ana, inventou que estava com vontade de comer aqueles pastéis de feira e seguiu com Lucas.Lucas dirigia, sorrindo: — Sabe o que tá parecendo? Dois adolescentes rebeldes saindo escondido dos pais.Mariana riu: — Até que seria legal. Já que a gente não viveu isso na adolescência, agora temos a chance de experimentar. Zero arrependimentos.Lucas agarrou sua mão: — Tem algum mais arrependimento? Fala pra mim, eu vou tentar consertar.Na juventude, eram tantos os sonhos guardados no peito...Um dos mais simples, talvez o mais precioso, era justamente compartilhar um café da manhã
Na saída da escola, a maioria era de mães, algumas avós e babás, cerca de 90% mulheres.E qualquer mulher que olhasse para Lucas dificilmente deixaria de se impressionar.Todas se perguntavam: de qual criança esse homem seria o pai?Afinal, nunca o tinham visto antes.Um homem assim, bastava um olhar para ficar gravado na memória.Com aquela beleza quase sobrenatural, mais bonito que qualquer celebridade e com um charme irresistível, como alguém poderia o esquecer?Lucas avistou Mariana imediatamente.A mãe de Bruno, ao ver que ele se aproximava em sua direção, ficou visivelmente animada.Até que Lucas passou direto por ela sem sequer um olhar, parando firmemente ao lado de Mariana.— Cheguei atrasado? — Perguntou Lucas.Mariana sorriu: — Não. Os pais costumam chegar cedo. Ainda falta um tempinho para eles saírem.— Que bom. — Ele a olhou com admiração: — Você está linda hoje.Mariana inclinou a cabeça, brincalhona: — E você está muito galã.A mãe de Bruno não resistiu e interveio: — E
Lucas não se moveu.Diego ergueu o rostinho, olhando pra ele: — Papai?Mariana também virou o olhar.Em meio à multidão, Lucas ficou com os olhos marejados, e as lágrimas já ameaçavam escapar.— Tá tudo bem...Apertou de leve a mãozinha de Diego. — Vamos.Ele já tinha combinado antes, iria os levar para um jantar especial naquela noite.Após alguns minutos de caminhada, chegaram ao local onde o carro estava estacionado.Enquanto Mariana se preparava para colocar Diego no carro, Lucas se abaixou e o pegou no colo.No meio da confusão de pessoas e carros, ele não tivera a oportunidade de expressar o que sentia.Agora, segurando a criança, sussurrou com voz embargada: — Didi, obrigado.Diego já tinha sido carregado nos braços de Lucas antes. Mas, por algum motivo, dessa vez parecia diferente.Baixinho, ele murmurou: — Não precisa me agradecer... Eu só quero que você e a mamãe fiquem bem.Lucas meio que já imaginava o motivo pelo qual Diego o aceitou tão rápido, o chamando de pai sem hesit
No pronto-socorro do Hospital São João.Após várias cirurgias, Mariana estava exausta e preparava-se para sair do trabalho. Enquanto trocava de roupa para ir embora, a porta se abriu repentinamente. Lucas apareceu na frente dela, vestido com um terno caro feito sob medida.O homem exibia uma postura nobre, seu rosto era austero e imponente, com sobrancelhas e olhos sérios. Seu nariz alto e lábios finos, com um queixo firme e bem delineado. Sem dúvida, ele tinha uma boa aparência.Porém, naquele momento, ele carregava nos braços uma garota pequena e delicada. Por trás de sua expressão fria, era impossível esconder o nervosismo. — Ela está ferida, dê uma olhada nela. — Lucas pediu.O olhar de Mariana pousou sobre o rosto da garota. Ela tinha uma aparência doce, com um olhar inocente. Mariana sabia que esse era exatamente o tipo de mulher que Lucas gostava. Mesmo depois de tantos anos, o gosto dele não mudou nem um pouco.— Onde você está machucada? — Mariana perguntou.— Torci o tornoz