Paulo deu uma mordida no salgadinho e, com um tom despreocupado, disse:
— E você também não vai me impedir.
— Você!
Mariana ficou furiosa, respirando fundo para tentar se acalmar. Sentou-se ali, inquieta, mas sem dizer nada por alguns minutos. Quando finalmente quebrou o silêncio, falou de forma decidida:
— Tudo bem, você não quer voltar, né? Então agora mesmo eu ligo para os seus pais.
— Liga. — Respondeu Paulo, completamente tranquilo. — E aproveita pra contar a eles o quão perigoso é o lugar para onde vamos. Assim, eles já podem se preparar para…
— Cala a boca! — Mariana estava à beira de explodir. — Que tipo de besteira é essa que você tá falando?
Paulo deu de ombros:
— O que você tá sentindo agora é exatamente o que eu senti antes.
Sem conseguir rebater, Mariana ficou em silêncio, emburrada, encarando o prato à sua frente. Quem a conhecia superficialmente sempre a via como uma mulher fria e reservada, mas com aqueles poucos amigos próximos, ela sempre deixava suas emoções transpar