Na noite de Natal, Rafael apareceu batendo na porta da minha casa.
— Meus pais viajaram... Este ano vou passar o Natal sozinho. Posso ficar com vocês?
Ele perguntou com educação, e meus pais não quiseram ser indelicados. Convidaram-no para entrar.
Rafael se sentou ao meu lado como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Pensei em trocar de lugar, mas isso seria óbvio demais. Então fiquei onde estava.
Minha tia, que veio passar a noite conosco, nem imaginava que eu e Rafael estávamos afastados. Continuava brincando com a gente como nos velhos tempos.
Rafael parecia à vontade, sorrindo, conversando com todos.
Mas à medida que eu respondia cada brincadeira com um sorriso leve e uma explicação serena, seu rosto foi se fechando, pouco a pouco.
Mais tarde, quando todos já tinham ido dormir, me levantei para ir ao meu quarto. Mas Rafael me segurou pelo pulso.
— Tá com tanta pressa assim de deixar claro que não tem mais nada entre nós?
Inclinei a cabeça, fingindo surpresa.
— E tem?
Essa pergun