Mariana
Um mês depois
A sala do tribunal era fria, silenciosa e severa. O tipo de lugar que parece projetado para tirar qualquer traço de conforto das pessoas. Eu estava sentada entre Henrique e Alexandre, meu advogado, com as mãos entrelaçadas sobre o colo e o coração batendo acelerado.
Do outro lado, Leonardo e Clara conversavam baixinho com Marcelo, o advogado deles. Clara me encarava com aquele olhar obcecado, o mesmo olhar de sempre, como se estivesse convencida de que Isabela era dela. Eu respirei fundo, tentando manter a calma. Hoje era a primeira audiência do processo de guarda da minha filha, e eu precisava estar forte.
O juiz entrou na sala com o andar firme, e todos se levantaram. Ele era um homem de meia-idade, postura imponente e um olhar que parecia atravessar a alma. Ele nos autorizou a sentar, e o silêncio que se seguiu foi sufocante.
— Estamos aqui para a primeira audiência referente ao processo de guarda da menor Is