Leonardo
A taça de vinho ainda estava pela metade, e Clara ria como se não existisse um mundo lá fora. Estávamos no hotel, na sacada da nossa suíte, vendo o entardecer. Ela girava a taça devagar, o olhar iluminado pela satisfação de uma vitória que a gente esperou por meses. O exame de DNA tinha chegado naquela tarde e, como prevíamos, confirmava o que eu sempre soube: Isabela era minha filha.
O advogado tinha ligado alguns minutos depois que o envelope foi entregue pela recepção. Marcelo falou com a voz empolgada, quase triunfante:
— Agora a gente pode entrar com o pedido oficial de guarda. O juiz vai ter que ouvir nossa parte. A paternidade está provada.
Desliguei com o coração acelerado, e contei pra Clara que finalmente chegou a hora dela ser reconhecida como mãe de verdade. Ela se emocionou, chorou, me abraçou, e disse que a gente ia montar o quarto da Isabela no apartamento novo assim que ganhássemos a guarda. Ela falava em decorar com