Henrique
A mão ainda doía. O gosto amargo da raiva e da frustração não passava, mesmo depois de lavar o rosto três vezes na pia do consultório. Eu olhava o próprio reflexo no espelho do banheiro do hospital e sentia um nó na garganta. Leonardo tinha passado de todos os limites. Invadir meu local de trabalho, me agredir fisicamente, me expor na frente de pacientes, colegas… aquilo não era só absurdo, era criminoso.
Respirei fundo, tentando manter a calma, mas a verdade é que eu nunca me senti tão desrespeitado em toda a minha vida profissional. Ele veio com tudo, sem dar tempo para eu entender o que estava acontecendo. Aquele soco não foi só contra mim. Foi contra Mariana, contra Isabela, contra tudo que estamos construindo juntos.
Saí do hospital com o apoio da segurança, que ainda estava em estado de alerta. Todos ficaram em choque. Alguns pacientes até começaram a chorar. Uma confusão completa. Fui direto para a delegacia, ainda com a ficha meio bagunçada. No caminho, liguei para Ma