POV CELESTE—Você está linda, Celeste — disse minha mãe enquanto as lágrimas escorriam de seus olhos. — Quem dera seu pai estivesse aqui para te acompanhar até o altar.—Mãe, você já disse isso três vezes. Por favor, não me faça chorar. É o dia do meu casamento.—Desculpa. Estou muito emocionada. Não consegui evitar lembrar do meu casamento também... E... e não podia acreditar que minha menininha ia se casar — disse, sorrindo logo em seguida para levantar o astral, enxugando as lágrimas com a ponta de seu lenço branco de renda. Estávamos dentro da limusine branca, a caminho da catedral.Eu usava um lindo vestido branco de festa, com cauda estilo princesa, sem alças, com lantejoulas e pedrarias de diamante. Meus sensuais sapatos de noiva prateados, de salto agulha, combinavam com o vestido. Usava o cabelo preso num coque e uma linda tiara de diamantes na cabeça. Minha maquiagem era elegante e sofisticada, destacando meus olhos verdes.Apertei a mão da minha mãe para consolá-la. Sabia q
POV EROSEu estava um feixe de nervos. Não conseguia controlar o tremor nas minhas mãos e pés. Estava muito tenso e, ao mesmo tempo, muito animado. Esperei muito por este dia. Para finalmente tomar Celeste como minha esposa.Coloquei a mão no bolso da calça e tirei meu lenço branco. Sequei novamente a testa e o pescoço. Estava suando demais. Não conseguia controlar os espasmos que sentia por dentro. O nó na garganta só piorava. Respirei fundo e tentei relaxar.Tinha medo de não conseguir expressar meus sentimentos por Celeste em palavras. De esquecer completamente as frases que estive ensaiando ontem à noite.Meu Deus...Sempre fui um homem confiante e no controle. Dominava a arte de falar em público e fazia longos discursos diante de grandes plateias. Frequentemente discursava em conferências globais de negócios, seminários internacionais para jovens líderes, debates sobre empreendedorismo e até painéis multilíngues.Mas com Celeste... eu gaguejava. A língua enrolava e as palavras se
POV CELESTE— Eu te amo, Eros.— Eu te amo mais, Celeste. Mais do que você jamais saberá. Você me tornou o homem mais feliz de todo o universo — sussurrou ele, com seu hálito quente no meu ouvido. Em seguida, dançou comigo na pista de dança.Sorri, sentindo-me muito feliz e sortuda por ter um marido bonito, carinhoso, gentil, atencioso e que me amava tão profundamente.Eros me apertou ainda mais forte em seus braços fortes, me levantou um pouco e me beijou com insistência. Seu beijo correu pelas minhas veias. Depois seus lábios deixaram os meus para mordiscar meu lóbulo da orelha.— Vamos sair daqui.— Agora?— Sim... agora, querida. Eles vão entender — disse ele, com uma voz tão profunda e sensual.Ri dele e o abracei.— Mas ainda não cortamos o bolo de casamento.— Sério que temos que fazer isso?— Claro que sim, é tradição e eu não perderia isso por nada... e tem a liga, e o buquê.— Tá bom... tá bom... Vou ser paciente, meu amor. — Ele pegou minha mão esquerda e beijou a palma, la
POV CELESTE— Acorda, amor. Vai se atrasar — sussurrei suavemente e beijei a bochecha do meu marido antes de virá-lo com cuidado, para que suas costas encostassem na cama — a cama que antes era dele, e agora é nossa — uma cama de casal coberta com lençóis e fronhas brancas puras. A única cor diferente era a colcha grossa que agora estava no chão: era cinza carvão com listras brancas e cinzentas.Fiquei sem fôlego quando Eros imediatamente me puxou pela cintura e me jogou sobre ele, me montando de frente.— Vai chegar muuuito atrasado pra reunião do conselho, Sr. Pedrosa — brinquei, sentando levemente sobre seu estômago.— Quem se importa? Eu sou o chefe. — Ele sorriu, sonolento. Suas mãos acariciavam minha cintura.— Ah... vamos lá, menino rico... — ronronei, provocando-o...Seus olhos se abriram e dilataram, completamente despertos agora, e sua expressão mudou — como a de um predador pronto pra atacar sua presa... eu. Meu coração disparou de repente.Suas mãos deslizaram possessivame
POV CELESTE—Você gosta?—Sim — Wade lambeu os dedos cobertos de chocolate. — Você faz cupcakes deliciosos, mamãe.Abracei Wade. Estava tão emocionada de felicidade por vê-lo novamente. Sentia muita falta dele.—Obrigada. Fico feliz que tenha gostado, meu pequeno. Da próxima vez, faço mais, tá bom?—Quando você volta, mamãe?—Ehh... no mês que vem.—No mês que vem? Não é amanhã?—Não. Amanhã, não. —Abracei-o de novo. Eu realmente queria poder vê-lo todos os dias e fazer as coisas que toda mãe faz por seu filho: cozinhar para ele, prepará-lo para o banho, ler histórias antes de dormir, ensiná-lo em casa e levá-lo à escola todas as manhãs.Desde que voltamos da lua de mel, há um mês, Eros e eu estávamos morrendo de saudade de Wade. Mas os Gomez não nos deixavam vê-lo. Sempre havia uma desculpa: iam viajar, tinham parentes em casa, prometeram levar Wade ao zoológico, etc.E agora que os Gomez permitiram a visita, disseram que só poderíamos vê-lo uma vez por mês. Não gostavam da ideia de
POV CELESTE—Você já está bem? — Eros afastava meu cabelo do rosto e passava a outra mão nas minhas costas, esfregando suavemente.—Ainda não, meu Deus... — Voltei a ter ânsia e vomitei o espaguete que tinha acabado de comer.Era meia-noite e eu tinha tido um desejo súbito de comer espaguete. Eros não hesitou e imediatamente o preparou para mim. Ele fez do jeitinho que eu queria: doce, com cogumelos e abacaxi.Eu já estava há dias sem comer direito por causa dos enjoos que sentia todas as manhãs e, às vezes, à noite também. Estava cada vez mais magra e fraca. Eros estava muito preocupado comigo.Quase todas as manhãs eu tinha náuseas. Virou rotina correr até o banheiro para vomitar. Eros vinha atrás de mim e me ajudava, passando a mão nas minhas costas e dizendo palavras de amor e carinho, qualquer coisa para me fazer sentir melhor.—Queria que fosse eu o doente. Não suporto te ver assim — Eros beijou meu cabelo e me abraçou, apertando minhas costas contra o peito dele. — Sinto muito
POV CELESTEAcordei me sentindo muito pesada. Olhei para o relógio de parede. Já eram 8:00 da manhã.Tínhamos chegado à Geórgia na noite passada. De repente, senti um peso no coração ao saber que não poderíamos ver o Wade neste fim de semana. Os Gomez iam a um casamento em Atlanta, de novo.Já fazia dois meses desde a última vez que vimos Wade e começamos a passar os fins de semana aqui, na nossa nova casa, desde então.No começo, entendemos — eles tinham ido de férias para as Filipinas por um mês. Mas quando voltaram, estavam sempre fora nos fins de semana, passando tempo com a família, parentes e amigos.Eros comprou essa casa linda e moderna na Geórgia para ficarmos perto de Wade e podermos passar todos os fins de semana com ele. Mas sentimos que os Gomez estavam nos privando disso. Era muito frustrante.Disse várias vezes ao Eros que precisávamos ser pacientes. Conheço meu marido, e ele não é o homem mais paciente do mundo. Ele estava muito irritado e queria lutar novamente pela g
POV CELESTE—Você não pode mais ver o Wade — disse o Sr. Gomez, irritado.—Não! Ele é meu filho...—Você o entregou, lembra? Já não é mais a mãe dele!—Por favor, não faz isso comigo... Eu imploro. Preciso vê-lo... — Chorei com tanta força que me ajoelhei diante do Sr. Gomez, agarrando a borda da sua camisa.Ele afastou minhas mãos, deu um passo para trás e olhou para o carro.Segui o olhar dele e vi Wade dentro do carro, no banco de trás. Ele chorava e me encarava. Estava dizendo algo, mas não consegui ouvir, pois os vidros estavam fechados. Tentei ler seus lábios, mas não entendi.O que ele está dizendo? E por que está chorando?—Você não vai levar o Wade. Ele é nosso filho!Olhei novamente para o Sr. Gomez.—Eu não quero tirá-lo de vocês. Por favor... Só quero passar um tempo com ele.—Fique longe dele! Você está atrapalhando minha família. Agora ele tem uma nova vida, com a gente.O Sr. Gomez entrou no carro e eu aproveitei para puxar a maçaneta da porta para tirar o Wade. Mas est