Leandra Félix
O silêncio entre nós era espesso, quase sufocante, quando encostei a cabeça no ombro de Gael. O calor de seu corpo envolvia como um manto, suficiente por alguns instantes para silenciar as inseguranças que insistiam em gritar dentro de mim. Mas logo o vazio no peito se impôs. Levantei o rosto, encontrando o olhar dele.
Havia ali algo impossível de nomear, uma mistura de dor e ternura que me atravessou. Antes de pensar, cedi ao impulso e o beijei. Não foi suave nem calculado; havia urgência, medo e desejo naquele gesto. Medo de perder o que estávamos construindo, medo de vê-lo escapar entre as mãos… mas também a ânsia de acreditar que, apesar das sombras, ainda existia espaço para nós dois.
Gael não hesitou. Retribuiu com intensidade, segurando meu rosto com firmeza antes de deslizar a mão para a nuca e me puxar mais para perto.
Quando percebi, já estávamos deitados. O livro escorregou de minhas mãos, caindo ao chão sem importância. A boca dele percorreu meu pescoço com