Assim que empurrei a porta do quarto e vi Leandra naquela paz silenciosa, ainda cantarolando baixinho, senti uma onda de alívio percorrer meu corpo. Era como se, ali dentro, nada pudesse me atingir. Nem Paulina, nem Lorenzo, nem absolutamente ninguém. Apenas ela, nossas meninas e a vida que estávamos construindo juntos.
Ela abriu os olhos no instante em que percebeu minha presença e sorriu, um sorriso cansado, mas bonito o suficiente para me desarmar por completo.
— O papai voltou — disse ela, acariciando a barriga e olhando para mim como se estivesse apresentando uma notícia importante às nossas filhas.
Aquilo quase me fez rir.
— Voltei — respondi, caminhando até a cama. — E a mulher má já está bem longe daqui.
Leandra se levantou da poltrona devagar. Eu sabia que ela estava com o corpo mais sensível, então segurei sua mão e a conduzi até a cama. Deitei primeiro e abri o espaço ao meu lado. Ela entendeu na mesma hora e se aconchegou nos meus braços, encaixando a cabeça no meu peito c