Sento-me à mesa do restaurante enquanto a luz ambiente acaricia suavemente as taças e os talheres de prata. A noite lá fora é amena, a cidade parece tranquila, e eu tenho a sensação de que algo mudou para sempre porque mudou.
A notícia de que espero duas pequenas vidas se alojou no meu peito como uma canção de júbilo.
Ao meu lado, Charlotte sorri com o brilho nos olhos de quem está segurando um segredo bonito, compartilhado em silêncio, e agora, finalmente, visível.
Ela puxa a cadeira para sentar e ao fazê-lo, a toalha branca sobre a mesa balança levemente. Eu lhe dou um sorriso tímido, as mãos entrelaçadas no colo, ainda meio incrédula. A vida costuma se mover rápido demais, e hoje me vejo tentando acompanhar o ritmo das surpresas, não um bebê, mas dois. Duas pequenas almas para amar.
— Leandra — começa Charlotte, com a voz suave, como quem saboreia cada sílaba. — Estou tão feliz por você. Sério, meu coração parece estar dançando.
Sinto o calor subir ao rosto. Uma mistura de alívio,