Cap.6
Minhas mãos tremiam. Senti uma lágrima quente cair antes mesmo de perceber que meus olhos estavam molhados.
— Você só queria me usar desde o início... apenas vá para o inferno. Está irritado por não ter conseguido o que queria? Vai continuar? Você nunca vai encostar um dedo em mim, eu prometo.
Apertei o celular com tanta força que meus dedos ficaram vermelhos.
Mas a voz dele continuava ecoando, como se estivesse ali, ao meu lado.
Como se fosse uma sombra impossível de afastar.
Me abanei com a camisa para disfarçar as lágrimas, para não desabar. Eu não podia desabar. Estava em horário de trabalho. Tinha gente por perto.
Tinha ele por perto.
Apertei a tela e bloqueei o número de Jonas. Sabia que ele ia insistir.
Sabia que ele não ia parar.
Mas, naquele momento, mesmo com a garganta apertada e o coração descompassado, eu pensei numa coisa:
Se não fosse por aquele homem desconhecido, eu não teria saído inteira daquele beco. Jonas poderia ter feito algo pior. Eu vi nos olhos dele o q