Cap.61
Naquela manhã, Gabriel acordou mais leve. As palavras que dissera à tia Magda ainda estavam em sua cabeça enquanto se arrumava no banheiro social e, pela primeira vez em muito tempo, sentia que o futuro ao lado de alguém que amava podia ser uma realidade a ser planejada.
Vestiu-se cedo, passou a mão pelos cabelos e saiu em silêncio, sem acordar ninguém.
No caminho, parou diante da pequena floricultura da esquina. Havia algo singelo e verdadeiro em um gesto simples, e ele queria isso: entregar a Brenda um pequeno buquê e, enfim, abrir seu coração.
Escolheu flores delicadas, que lembravam a suavidade dela, e saiu com um sorriso no rosto, ensaiando em pensamento as palavras que diria.
No retorno, antes mesmo de perceber, ouviu passos rápidos. Larissa surgiu de repente, correndo em sua direção.
— Até que enfim uma oportunidade de falar com você! — disse, esbaforida.
Num gesto inesperado, arrancou o buquê de sua mão e levou-o ao peito, como se fosse um presente cuidadosamente prepar