Esposa impostora- O ceo te odeia
Esposa impostora- O ceo te odeia
Por: Carolis
Isso não é uma noite de amor

A quase três meses, Siena sequer tinha para onde ir, e agora entrava em uma mansão adornada do mais puro luxo. Nada naquele lugar parecia familiar, embora ela tentasse fingir que o conhecia perfeitamente.

Os nomes das pessoas que surgiam no ambiente foram ditos com educação, mas ela nem sequer os conhecia de verdade. Ela nem mesmo sabia quem seria seu marido, ou como ele tratava sua esposa verdadeira. Esperava apenas que ele se mantivesse desinteressado o bastante para que ela não fosse obrigada a se deitar com ele toda noite.

Mas as mulheres frenéticas ainda insistiam em arruma-la como uma princesa em sua primeira noite de núpcias, e naquele momento, Siena sentiu o coração acelerar ainda mais. Como entregar-se para um homem que sequer viu? Tanto tempo guardando-se para a pessoa certa e agora entregaria seu maior tesouro a um completo desconhecido.

A sensação de estar naquela situação a deixava tensa e magoada. Ela ainda não havia superado a primeira traição do noivo com sua mãe, e as contas do hospital passaram a acumular com muita rapidez. Ela não teve escolha. E no momento em que uma mulher a abordou, propondo que assumisse o lugar de sua filha no casamento, ela não recuou. O que mais Siena poderia fazer? Já estava a beira da falência e tinha certeza de que não poderia fazer o tratamento se continuasse a gastar tanto dinheiro. Tudo que ela tinha certeza era de que queria viver com toda a sua força de vontade.

Ela se encarou de frente para o espelho, ansiando pelo momento em que aquele homem a deixaria plantada, a esperando como uma boba durante toda a noite. E Siena torceu por isso com cada musculo do seu corpo.

A porta se abriu, e o homem alto e imponente surgiu, rompendo as barreiras do quarto . Ele já estava sem camisa quando invadiu o ambiente, forçando a para junto de si. Era um marido apaixonado? Provavelmente não.

Embora ela tentasse manter as esperanças em seus olhos confusos, ele a agarrou pelas bochechas e a encarou com firmeza. O olhar penetrante era tão frio que quase a congelou por dentro.

Ela teve certeza de que um homem poderoso como aquele pretendia exercer poder em tudo que fazia, e ela sabia que ele não seria delicado. Tentando ser firme, ela evitou que as lágrimas caíssem, maculando a roupa branca, mas os olhos ainda estavam marejados.

Ele não sorriu, ele não demonstrou felicidade. Nada no rosto impassível se alterou. Ele era como um cubo de gelo imenso que estava pronto para feri-la ferozmente. A forma séria com a qual ele a encarava a deixou em estado de alerta. – O que foi? Por que você está tão assustada? – Ele pareceu bravo.

Siena não sabia o que pensar enquanto o encarava. Ele ainda era lindo como um anjo e cruel como o diabo em pessoa. – Eu não sei. Eu só estou com medo.

- Medo de mim? – Ele ainda manteve os lábios sérios colados um ao outro. – Por que?

A voz grossa como a de um leão rugindo a deixava apavorada e tudo que ele dizia para ela parecia cruel, ainda que não fosse a intenção.

- Eu não sei. É a nossa primeira noite, e eu...

Ele contorceu o rosto, cheio de indignação. – Primeira? Você só pode estar de sacanagem comigo, Pax.

- N-Não. É que eu... – A doce mulher passou a gaguejar o desespero por estar tão perto ao homem. O coração acelerado a deixava completamente trêmula, e por pouco Siena não fugiu pela única janela aberta do quarto.

- Esqueça! Apenas tire a roupa e deite na cama.

- O que? – Os olhos se arregalaram, em desespero.

- É uma ordem! Vai agora!

- Eu não sou sua escrava, Sr...

Foi a primeira vez que aquele homem sorriu para ela, mas de alguma forma, pareceu diabólico, e ela teve a certeza de que odiava a visão daqueles dentes brancos perfeitos exibidos para ela.

- Você atormentou a minha vida para se casar. E você sabia que droga encontraria comigo. Mesmo diante das minhas propostas, você foi uma desgraçada, e quis se casar. Então, agora, meu amor, você vai pagar todo o martírio que o seu pai me fez por anos.

- Meu pai? O que o meu pai fez, eu... – Ela tateou para trás, temendo os passos que o homem dava em direção a ela.

Sebastian ainda conseguia sentir cada uma das torturas do maldito velho que lhe custaram uma vida realmente miserável por bastante tempo. E agora, rico, aquela mulher estava tentando aplicar um golpe a ele? Ela jamais sairia livre disso. Pax merecia uma lição, e ele estava pronto para dar a ela das piores formas.

- Se você é inútil até para me obedecer, então de que me serviu casar com você? – Ele nem mesmo piscou ao revelar as palavras duras para ela.

Siena sentiu-se tonta de tanto medo, mas ainda era atrevida demais para ficar calada. – Se você acha que mulheres servem apenas para isso, então nem deveria mesmo se casar! – Ela percebeu o erro logo depois.

Lá está. A expressão de ódio disfarçado de um sorriso sinistro no rosto daquele homem, que a apavorava mais uma vez. Siena sentiu cada membro do corpo se contrair em um medo genuíno, e ela já nem sabia mais se estava sentindo mau estar da doença ou do pavor que percorria pelas veias cansadas.

- Ótimo. Você gosta de me desafiar, pequena. Vamos jogar.

- Jogar? – Ela sentiu um súbito alivio, e por dois segundos, chegou a exibir um breve sorriso, mas logo o desfez. Ele não falava sobre uma brincadeira real, e ela só conseguiu lamentar por perceber tarde demais. – Do que você está falando?

- Eu vou ser um pouco mais cruel a cada segundo que você continuar usando as roupas. É escolha sua.

- Não quero isso! – Ela afirmou, tremendo de medo.

- Então tire a roupa e deite na cama! – Ele ordenou mais uma vez, e apesar do rosto não ter se modificado, havia uma clara falta de paciência. – Um, dois, três, quatro... – Ele começou a contar. As lembranças das chicotadas que a Pax deu nele apenas para zombar, ainda estavam vividas na memória daquele homem enorme.

Os números foram pausados quando Sienna, lentamente ergueu as mãos trêmulas e deslizou a alça da camisola pelo ombro delicado. Os olhos marejados eram orgulhosos demais para deixar escapar as lágrimas que a pobre mulher tentava esconder. O orgulho ainda fazia parte da forma como ela olhava e até como se portava diante dele.

Mas ela não era uma rainha. O Sebastian Black, no entanto, poderia se considerar o rei. Ele era dono daquela cidade, e mandava em todo o estado em que morava.

- Agora deite na cama. De bruços! – Ele parecia levemente divertido ao falar aquelas palavras.

Siena sentiu um zumbido no ouvido a atingir com brutalidade, e lamentou a própria sorte no mundo. Para que nasceu em um destino tão cruel, onde sua vida parecia recém-saída de um roteiro de terror?

- Mas...

- Tudo que você tem que dizer é: sim senhor!

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