Ela deslizou os dedos suavemente sobre aquela cicatriz superficial, e uma pontada atravessou seu coração. A cena caótica invadiu sua mente de forma involuntária: ele tinha avançado sem hesitar.
Ela não conseguia esquecer o mal que Roberto lhe fez, mas também não conseguia esquecer o bem.
Essa mistura de bondade e crueldade era, sem dúvida, um tormento doloroso e conflituoso.
Ela preferia ser desprovida de consciência, se lembrar apenas das coisas boas e esquecer as ruins.
Ou, então, se lembrar apenas das coisas ruins, esquecer as boas e se transformar em alguém extremamente furiosa.
Mas, ironicamente, ela não conseguia ser tão simples, nem tão extrema.
Ela permanecia no meio-termo, se lembrando tanto das coisas boas quanto das ruins.
Por isso, oscilava entre um lado e outro, sem um posicionamento firme. No fim, quem mais acabava machucada era ela mesma.
Roberto segurou a mão dela. Ao notar a tristeza nos olhos daquela mulher, sentiu uma pontada no peito, como se uma sen