ELE
Elias tirou o pano que cobria o grande quadro que outrora ficava bem na entrada da mansão. Lá estavam eles numa bela pintura a óleo, realista e muito bem feita, com atenção aos detalhes.
Meu pai, Alfa Ragnar, morreu pouco depois de sua alma gêmea. Dizem que ele aguentou mais de um ciclo solar por minha causa, mas a sua natureza enlouqueceu pela perda e ele faleceu. Eu conheço bem a figura dele, pois vi várias imagens suas e confesso que por algumas vezes o considerei fraco por se deixar morrer pelo vínculo que eu menosprezava.
Agora, olho para a imagem dele com respeito por suportar a terrível dor de perder alma gêmea pelo filhote, por mim.
Levei alguns segundos olhando apenas para o meu pai, porque, de alguma forma, me achava indigno de olhar para ela. Estava difícil até mesmo respirar, quando senti a mão do gama no meu ombro.
— Você se parece com ela, sabia? — A voz do gama ressoava como um eco do passado.
O aperto no meu peito aumentou, o oxigênio que chegava aos meus pulmões e