Capítulo 18 - Weenny: A Companhia De Dança Em Ação.

Enquanto nós estamos em uma conversa animada, Victor e Filipe parecem cada vez mais descontentes, pelo menos permanecem calados, o que me surpreende, devo confessar.

O DJ parece ter adivinhado o tipo de música que gostamos, noto que as meninas estão com vontade de dançar, sempre se balançam no ritmo da música.

Olho na direção da mesa do Eros, vejo que as bailarinas cochicham entre elas. De repente, Iara, Gislaine e Vivian vêm até mim. Fazem questão de cumprimentar a todos que estão comigo na mesa.

— Vamos fazer uma coreografia só nossa, como nos velhos tempos? – Iara convida.

— Ah, você nos deve isso, vamos? – Michele apoia e me desafia.

Eu concordo e vou levantando, enquanto sinalizo para Dani e Tatiane, as outras bailarinas que ainda estão na mesa do Eros, se aproximarem.

— Já volto. – digo para os que estão na mesa comigo e vou caminhando com as meninas na direção da pista de dança.

Soltamos nossos cabelos, pedimos ao DJ uma música especial, sexy e marcante, nos posicionamos no centro da pista de dança, como ensaiamos tantas vezes antes.

Inicio a coreografia ao lado da Michele e da Dani, com movimentos sensuais e rápidos, andamos na direção das outras meninas fazendo questão de mover nossos corpos com sensualidade, olhamos firmemente na direção dos rapazes para provocá-los. Saltamos, elevamos nossos braços como em um convite para dançar, agachamos e tocamos o solo algumas vezes em posições provocativas. Em um determinado momento finjo que vou me jogar, mas as meninas me seguram e sorriem maliciosamente. Os homens da danceteria parecem nos devorar com seus olhares lascivos.

Os Amigos POV:

Eros levanta ao ver que Weenny e as outras bailarinas estão dançando.

— Olha isso! Veja a forma como elas estão dançando, tudo muda com a Weenny aqui, elas se transformam em mulheres ousadas e sensuais. O que vamos fazer? – Claudio diz para Eros, mas eles estão perto o suficiente para que Carol e as outras amigas ouçam.

— Vamos buscar nossas damas! — Eros diz.

Eles as observam com atenção até o final da coreografia e aplaudem fervorosamente. Então Eros e os outros bailarinos caminham na direção da pista de dança, se aproximam das damas e as convidam para uma coreografia com todos juntos, como nos velhos tempos.

Essa coreografia é bem vigorosa, é como um duelo entre homens e mulheres. Weenny a inicia ao lado do Eros e logo depois todos os bailarinos dançam com eles.

Ricardo e Michele dançam simulando um novo duelo entre os casais, movem o corpo de um lado para outro vigorosamente, terminam com um giro e uma aproximação mais sensual. Dani e Claudio vem e dançam com poucos giros e saltos.

A coreografia segue com um lindo solo de todos os homens juntos para demonstrar o talento, beleza e vigor de sua dança, depois continuam com as provocações entre homens e mulheres e o duelo de sedução. Iara e Rafael fazem uma linda e curta exibição, finalizam a coreografia juntos, com passos rápidos, elaborados e sincrônicos.

Todos são aplaudidos, as examinadoras os observam atentamente, o que causa certa estranheza em Eros, que repara na atenção exagerada de Anne e Marie.

Weenny retorna para a mesa com as mulheres porque pretende descansar um pouco, já Eros, os seis bailarinos (Ricardo, Claudio, Rafael, Eduardo, Igor e Leonardo) e Enzo parecem estar com muita disposição, continuam na pista e a dança deles hipnotiza as mulheres.

Weenny Alves POV:

Permanecemos em pé paradas entre ambas as mesas observando-os, conversando e bebendo nossos drinks.

Eles começam a dançar juntos, uma coreagrafia lindíssima.

— Olha quanta sensualidade. — Dani diz, seus olhos estão vidrados neles.

— Oh meu Deus, as mulheres vão cair em cima deles, vejam como estão olhando para eles. — Tatiane diz, parecendo claramente enciumada.

— O nosso deus grego está feliz como nunca. — Iara diz e abre um largo sorriso.

Eles dividem o grupo. Enzo, Claudio e Ricardo dançam o pasodoble.

— Não se preocupem, apreciem essa linda coreografia, eles estão incríveis. – eu digo e também sorrio de satisfação.

Rafael e Eduardo dançam o jive, então Igor, Leonardo e Eros dançam o cha cha cha, são tão sexy que é impossível não admirar, fazem piruetas maravilhosas, saltos muito bem-feitos e os passos com uma exatidão invejável. Os rebolados e a provocação com as camisas abertas levam as mulheres ao delírio.

— Estão gostosos isso sim... Não! Eles são gostosos! — Samara diz, assusto ao perceber a intromissão dela.

— Que isso, Samara? – Mayara está envergonhada do que amiga diz e ela simplesmente não se importa.

— Acho que ela quer dizer que eles são maravilhosos. Aliás, todos vocês são. — Carol diz.

— Veja, até Enzo está dançando com eles desta vez. – Vivian celebra.

Enzo é um grande e querido amigo, mas infelizmente não faz parte da companhia de dança porque nunca conseguiu uma partner, depois contarei toda a história dele em um momento oportuno.

— Vai deixá-los assim tão sozinhos e à mercê do desejo das outras mulheres? – Gislaine me desafia, antes que a coreografia termine.

— Sei muito bem o que vocês querem, estou indo. – sei que elas adoram me ver dançando ao lado deles.

Vou me aproximando da pista de dança e me surpreendo quando vejo os rapazes vindo dançando em minha direção, terminam a coreografia com uma pose sensual ao meu lado, me delicio com tudo.

Olho discretamente para Victor e vejo que seu rosto está vermelho de raiva, posso apostar que Marília o está segurando enquanto ele rosna alguma coisa.

Eros sorri e me convida para mais uma dança, vou para o centro da pista de dança ao lado de alguns dos rapazes. Há muito tempo ensaiamos um tango diferente, suponho que seja ele.

Começo a coreografia abraçada ao Eros, ele passa a mão pelo meu corpo, logo depois, eu faço um cambreé (passo no qual a mulher deixa o corpo cair para trás), um giro e nos olhamos com desejo. Ricardo e Claudio já estão ao lado do Eros, os três ficam de costas, eu ergo o braço e faço um gesto sensual com as mãos. As luzes são apagadas, e pouco a pouco vão sendo acesas, ficando propositalmente à meia luz, o suficiente para ver a silhueta dos três corpos, eles descem do palco e começam a dançar... Fico escondida atrás deles, começamos a dançar com passos vigorosos, bem marcados e fortes. Danço com Eros e com os rapazes, faço os saltos, giros e voleios com ajuda deles, é uma coreografia muito difícil que demonstra o valor e a capacidade desses excelentes bailarinos. Rafael e Eduardo também participam da coreografia em alguns momentos.

Somos aplaudidos efusivamente. Reparo que as examinadoras nos observam com expressões de admiração, vamos caminhando lado a lado até a mesa do Eros, onde estão os bailarinos que não participaram desta coreografia.

Anne e Marie fazem questão de elogiá-los pelo brilhantismo e o entusiasmo das performances, ainda acrescenta que o desempenho deles agora é ainda melhor do que o da avaliação final, portanto, vão considerar essas performances para recompor a nota da avaliação final, deixando-os com nota máxima.

— Cumprimos nosso dever, eles estão aprovados como merecem. — Eros sussurra em meu ouvido e sorrimos satisfeitos.

Levo Eros para a minha mesa, Victor e Filipe ficam aborrecidos sempre que Eros se aproxima, mas não ousam dizer nada, afinal as meninas gostam da presença dele e estamos em maioria.

Eros pega dois bancos, posiciona um a frente do outro, senta no banco de trás e eu no da frente, recosto em seu peito. Ele sinaliza para o garçom para pedir a nossa bebida favorita, somos atendidos prontamente, bebemos juntos e nos deleitamos com a comemoração dos nossos amigos.

— Interessante, erravam tanto essas coreografias, mas desta vez acertaram tudo. – Eros diz

— Pode ser por causa das examinadoras ou do público – sussurro em seu ouvido e sorrio.

— Você nunca errou, sendo observada ou não. – Eros diz e sorri.

— Oh sim, errei muitas vezes. Você é quem não erra nunca, afinal é o melhor.

— Não é bem assim, você sabe. Vamos é hora de oferecer um brinde a eles e comemorar. – Eros diz e me ajuda a levantar.

Vamos até eles, erguemos um brinde em homenagem aos nossos amigos bailarinos, logo depois comemoramos da melhor maneira que conhecemos, voltando para a pista de dança.

Parece que nossos amigos gostam uns dos outros, conversam harmoniosamente, não faz sentido manter as mesas separadas, então decidimos uní-las.

São vinte e cinco pessoas: Eros, as examinadoras Anne e Marie, os seis casais de bailarinos (Ricardo e Michele, Claudio e Dani, Rafael e Iara, Eduardo e Gislaine, Igor e Vivian, Leonardo e Tatiane), Guilherme, o médico e noivo da Dani, Enzo, primo da Dani, Filipe, Victor, Marília, Melissa, Samara, Mayara, Carol e eu.

Quase todos nós estamos na faixa dos vinte e quatro a trinta anos, exceto Anne, que tem trinta e oito anos, Marie com trinta e seus anos e Guilherme com trinta e quatro.

Está perto da meia noite, vejo que alguns garçons se aproximam, trazem um bonito bolo de aniversário, doces, salgados e bebidas, fico surpresa e feliz com essa delicadeza dos meus amigos. Fazem questão de cantar parabéns para mim, isso me deixa tímida.

Este aniversário está incrivelmente melhor do que eu poderia sonhar, certamente o melhor dos últimos anos, fecho meus olhos por alguns segundos, agradeço mentalmente a Deus pela surpresa maravilhosa que Ele me proporcionou... Suspiro e apago as velas.

Sou abraçada por cada um dos meus amigos, infelizmente não posso evitar que Filipe e Victor me abracem ou terei que revelar quem são.

— Senti tanto a sua falta, podíamos tentar de novo, o que acha? – Filipe aproveita para dizer, enquanto me abraça, o que me faz sentir profundo nojo.

— Prefiro estar morta a me aproximar de você de novo. –  profiro com desprezo e lhe dou um discreto empurrão.

— Adoro o seu cheiro. Por que você não quis mais falar comigo, bê? – Victor diz ao me abraçar, ainda faz questão de me chamar pelo mesmo apelido que usava quando namorávamos.

Seu perfume me faz recordar nossas tórridas noites de amor, desperta o meu corpo e sentimentos que ainda luto para esquecer.

— Então por que agiu como um moleque mimado e inconsequente? Por que não soube me dar valor enquanto eu estava estupidamente cega de paixão por você? Afaste-se e esqueça que eu existo! – sinto meu rosto queimar, um discreto desejo de continuar abraçada a ele e ódio por ter sentido isso.

Todos se acomodam novamente, conversam animadamente, preciso me reacostumar com esse agradável tumulto de pessoas.

Algum tempo depois...

Sinto cansaço, olho no relógio e vejo que são três da madrugada, aviso aos amigos que pretendo ir embora.

— Alugamos micro-ônibus para nós, se quiserem podemos dar uma carona. – Ricardo convida.

— Não se preocupem conosco, podemos pegar um táxi. – eu digo por que não quero que se incomodem.

— De jeito nenhum, vocês vão comigo. Quando quiserem podemos ir. – Eros diz com firmeza.

Olho para as minhas amigas, para saber o que pretendem fazer e todas estão exaustas também, querem ir descansar.

Eros pede a conta e paga tudo.

— Agora que finalmente a nossa rainha voltou para a companhia de dança, quero que nos diga quando vamos voltar a ensaiar. – Claudio olha para mim e pergunta.

— Ah eu também não quero esperar até voltar para São Paulo para ter o privilégio de ensaiar com a nossa deusa. – Igor diz.

Fico tímida quando eles me chamam desse modo.

— Oh não, parem de bobagem... Estar ao lado de vocês é sempre um grande privilégio, podemos ensaiar, mas onde? – digo.

— O hotel onde estou hospedado tem academia de dança e musculação, podemos utilizar a vontade, já me ofereceram assim que souberam que somos uma companhia de dança. – Eros diz.

— Então podemos ensaiar amanhã as nove, que tal? – sugiro.

Todos aceitam alegremente. Fazemos questão de convidar os novos amigos, modo como estão sendo chamados aqueles que não são bailarinos (Carol, Mayara, Samara, Melissa, Marília, Filipe e Victor), para assistir esse ensaio e eles aceitam prontamente.

Agora pensamos em organizar a carona, Victor, Marília, Melissa e Filipe estão de carro, se despedem e agradecem o convite, perguntam o endereço da academia e onde estamos hospedadas.

Eros dá o endereço do hotel onde está hospedado, local onde usaremos a academia.

Ricardo informa que toda a companhia de dança está hospedada em um hotel me Ipanema e informa nome e endereço, diz que não havia vaga para Eros, então ele tomou a decisão de não separar os casais.

É o mesmo hotel que estamos hospedadas! – diz Samara, com alegria.

É outra agradável coincidência.

Nos despedimos de Victor, Filipe, Marília, Melissa e também das examinadoras.

Seguimos com os bailarinos e Eros para o micro-ônibus. Eles conversam durante todo o percurso, as meninas estão em êxtase com esta noite, decido ficar em silêncio.

— Venha e descanse, você merece. — Eros diz ao perceber meu cansaço e me abraça, apoio nele e me sinto segura.

Em poucos minutos chegamos ao hotel, Eros faz questão de me levar até a porta.

— Quero muito que você venha ao hotel em que estou hospedado amanhã de manhã, o que me diz? Posso vir te buscar? – ele diz no meu ouvido.

— Vou sim, não se preocupe, pego um táxi.

— Eu virei  te buscar as sete, está bem? – ele diz, e como sempre é gentil.

Eu faço um gesto afirmativo, ele beija a minha mão e me deixa ir. Volta para o micro-ônibus e parte.

Despeço-me dos bailarinos e subo com Carol, Mayara e Samara para a nossa suíte, elas querem conversar, mas eu estou com sono, me arrumo e vou para a cama. Penso em Eros e em nossas coreografias, pego no sono facilmente e feliz.

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