MIA
Meu pai estava morto, e Vittorio era o assassino. Tive certeza disso assim que nossos olhares se cruzaram.
Engoli o choro com força, apertando a bandeja até meus dedos doerem. Com passos firmes e decididos, caminhei pelo salão. A cada sorriso falso que eu forçava, a cada impulso de me encolher e chorar, um pensamento me mantinha em pé: meu plano de fuga.
Eu não ficaria ali. Não com meu pai morto.
— Venha — a voz de Becky me puxou de volta à realidade, sua mão segurando meu braço com urgência. — Vittorio quer ver como você se sai na dança.
Sem pensar duas vezes, peguei as últimas cinco tequilas da bandeja e engoli de uma só vez, como se fosse água. O líquido queimou minha garganta, mas levou junto a vergonha e a timidez que costumava sentir. O álcool se misturava ao ódio que corria nas minhas veias, inflamando a coragem que antes eu não tinha.
Eu seria a ruína de Vittorio, o Diabo.
A música reverberava por toda a boate, uma batida pesada que parecia pulsar dentro de mim. A luz verm