VITTORIO
Diante das minhas palavras, Mia franziu o cenho e esboçou um sorriso irônico, o tipo de sorriso que dizia: você não me intimida.
— Não tenho medo de você — ela disse, com uma firmeza que tentava mascarar o brilho hesitante em seus olhos.
Cruzei os braços e ergui as sobrancelhas, desafiando sua coragem.
— Não acredita mesmo no que está dizendo, não é? Agora, quer me explicar por que diabos decidiu me morder? — perguntei, minha voz carregada de sarcasmo.
Para minha surpresa, ela riu, um riso que soava mais provocação do que leveza.
— Você me chutou. Eu só reagi — ela rebateu, revirando os olhos com desdém.
Neguei com a cabeça, mordendo o interior da bochecha para conter a irritação.
— Eu não te chutei. Só te cutuquei. Bem de leve, aliás.
Mia arqueou as sobrancelhas com teatralidade, o tom afiado como uma navalha:
— Isso é uma questão de perspectiva.
Minha paciência começava a se desgastar. Que raio de problema arrumei ao trazer essa garota para minha casa? Respirei fundo, tentan