Janete narrando
Quando eu vi o Pantera parado no meio da rua, meu coração gelou. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele ia me encontrar, mas não tava pronta pra encarar ele ainda. Só que o jeito como ele me olhou, como veio na minha direção sem pensar duas vezes… mexeu comigo. De novo.
Eu tentei manter a postura, fingi que tava tudo sob controle, mas por dentro eu tava um furacão. Quando ele começou a falar, todo bolado, perguntando por que eu sumi, senti o peso da culpa batendo forte no peito. Ele tava certo.
Eu só queria respirar, pensar, entender tudo o que tava sentindo depois daquela noite no baile, depois dos tiros, do esconderijo, de acordar com ele do meu lado como se tudo fosse normal… mas não era.
E quando ele disse que ia junto comigo, mesmo eu querendo resolver as coisas sozinha, eu quase desabei ali. Porque no fundo, eu queria isso. Eu queria ele comigo. Mas o medo… o medo de tudo que podia dar errado ainda me travava.
Olhei bem nos olhos dele e disse:
— Tá bom, Panter