O final de semana voava. No sábado, quando voltou do passeio com Gael, Elize notou o quanto o apartamento parecia pequeno para conter tanto amor.
O menino espalhara seus brinquedos pela sala, deixara desenhos inacabados na mesa e o cheirinho dele ainda pairava no ar — uma mistura de sabonete infantil e biscoito de chocolate.
Ela não teve coragem de guardar nada. Só passou devagar pelos cômodos, como quem fotografa uma memória com o coração.
Depois do banho, Gael pediu para dormir na cama dela. Acomode-se, pequeno rei, ela pensou, puxando o edredom com cuidado e ajeitando os travesseiros.
Deitados, ele encostou a cabeça no peito dela e ficou mexendo na alça da blusa enquanto lutava contra o sono.
— Tia Lize... você acha que eu vou ter o mesmo tipo de alergia pra sempre? — ele sussurrou, com a voz embargada de sono.
— Talvez sim, talvez não... Mas a gente sempre dá um jeitinho, não dá?
Ele assentiu em silêncio, e poucos minutos depois já respirava com calma, entregue ao so