Eu não sei quando exatamente apaguei no carro, só sei que quando meus olhos abriram de novo, a luz que entrava pela janela não combinava em nada com o caminho para minha casa. O céu estava claro, o vento balançava coqueiros altíssimos dos dois lados da estrada e havia aquele cheiro de sal no ar que sempre denuncia quando a gente está se aproximando da praia.
— Thomas? — Minha voz saiu fraca, como se eu ainda estivesse meio afogada por dentro. — Onde estamos indo?
Ele olhou rapidamente pra mim e voltou os olhos para a estrada, mas eu juro que vi um sorriso discreto tentando escapar.
— Achei que você precisava respirar ar puro. — Ele falou tão calmamente que poderia muito bem estar dando a previsão do tempo. — E tem um lugar que eu quero que você conheça.
Quando descemos do carro, eu entendi.
A praia parecia uma pintura bem iluminada demais pra ser verdade. Areia clara, mar azul absurdo, vento fresco o suficiente pra limpar a mente de qualquer um. Eu respirei fundo sem nem perceber