POV: Alexander
O silêncio daquela manhã era ensurdecedor. A casa de campo parecia ter sido varrida por um furacão invisível. Cada cômodo carregava o peso do que não foi dito, das lágrimas contidas e dos desejos reprimidos. Eu estava ali, parado diante da porta entreaberta do quarto de Emily, com o coração nas mãos e o orgulho em frangalhos.
A noite havia nos deixado marcas. Palavras pesadas, sentimentos à flor da pele, confissões que ardiam mais do que aliviavam. E agora, o dia amanhecia trazendo consigo a dura constatação de que nem todas as feridas cicatrizam com o tempo.
Ela estava sentada na beira da cama, os cabelos presos em um coque desalinhado, como se o cansaço da alma tivesse vencido o espelho. Usava uma camisa larga – minha camisa – e isso me causava uma dor quase física. Porque ela ainda era minha, mesmo quando dizia que não era mais. Porque o corpo dela ainda procurava o meu no meio da noite, mesmo quando sua boca me rejeitava com palavras afiadas.
Tantas vezes imaginei q